A mulher que levou ‘tio Paulo’ já morto, em uma cadeira de rodas, para sacar um empréstimo de cerca de R$ 17 mil em uma agência bancária, da Zona Oeste do Rio de Janeiro, pode virar ré na Justiça. Nesta quarta-feira (1), o Ministério Público denunciou Érika Souza pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, quando a pessoa trata um cadáver com desprezo ou desrespeito. Erika era sobrinha e cuidadora do idoso Paulo Roberto Braga.
A denúncia destaca que, embora o empréstimo tenha sido contratado por Paulo, quando ele ainda se encontrava vivo, o saque de R$ 17.975,38 não poderia mais ser realizado, visto que, no momento da prisão em flagrante da denunciada, a vítima já tinha falecido. A ação penal destaca, ainda, que a denunciada, mediante a fraude, tentou se apropriar de valores que não seriam mais utilizados em favor de seu tio, o que ocasionaria prejuízo à instituição financeira que concedeu o empréstimo, uma vez que não seria mais quitado pelo devedor, já falecido.
“O crime não se consumou por circunstâncias alheias à vontade da denunciada, uma vez que funcionários do banco, verificando que o
A Promotoria também destaca à Justiça o “desprezo e desrespeito” pelo idoso ao
“A denunciada consciente e voluntariamente, vilipendiou o cadáver de Paulo Roberto Braga, seu tio e de quem era cuidadora, ao levá-lo à referida agência bancária e lá ter permanecido, mesmo após a sua morte, para fins de realizar o saque da ordem de pagamento supramencionada, demonstrando, assim, total desprezo e desrespeito para com o mesmo”, narra trecho da denúncia.
A Promotoria de Justiça também chamou a atenção para o fato de que o idoso teria recebido alta na véspera dos fatos, após internação por pneumonia, “sendo certo que estava bastante debilitado, o que facilmente se verifica, notadamente, diante do depoimento prestado pelo médico da Unidade de Pronto Atendimento responsável pelo atendimento”. E destacou ainda que o próprio laudo de necrópsia atesta que a vítima apresentava “estado caquético”, quando da realização do exame.
“Assim, não se pode olvidar a possibilidade de que a conduta da acusada tenha ainda contribuído ou acelerado o evento morte, ao submetê-lo a tamanho esforço físico, no momento em que necessitava de cuidados”.
Na ação penal, o MPRJ manifestou-se ainda contrário a um
Érika está presa desde 16 de abril, no presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio. Recentemente, ela também passou a ser investigada por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A próxima fase da polícia é decidir se Érika será indiciada por homicídio culposo.