A brasileira Elizabeth Campos Cardoso, de 55 anos, que ficou presa durante 7 dias em Paris, por erro da imigração europeia, voltou ao Brasil e reencontrou sua família, no último domingo (28). Ela nasceu em Cuiabá e nesta segunda-feira (30) relatou sobre como tudo aconteceu, após ir visitar amigos da igreja na cidade, mas acabou sendo abordada pelos polícias dentro do aeroporto.
“Eu passei por um período na Irlanda e retornando ao Brasil, eu iria ainda passar em Paris. Quando eu passei na imigração e fui abordada com a acusação que meu passaporte havia sido roubado, que eu estava usando um passaporte roubado, onde ele nunca saiu da minha mão”, explicou a brasileira em entrevista ao programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo.
Elizabeth Campos Cardoso viajou para França no último sábado (20), onde pretendia passar dois dias para visitar amigos da igreja. Porém, ao desembarcar no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, ela foi barrada por policiais que alegavam que o nome dela estaria em uma lista da Interpol.
“Logo depois da abordagem, imediatamente eu fui encaminhada para a sala dos policiais que são extremamente grossos, agressões psicológicas a todo tempo e eu fui muito maltratada mesmo”, continuou ela.
Segundo a brasileira, o idioma foi um dos grandes problemas em toda a situação, já que ela não fala francês.
“Eu não falo francês né? Trouxera uma tradutora portuguesa, não brasileira e aí eu entendi melhor. Ali eu já fiquei detida, todas as minhas malas foram revistadas. Uma vergonha muito grande, um constrangimento terrível”, disse.
A brasileira Elizabeth Campos Cardoso, de 55 anos, que ficou presa durante 7 dias em Paris, por erro de imigração europeia.
A turista cuiabana relatou, também, que ficou presa em uma sala por 9h sem contato com seus parentes.
“Me colocara em uma sala muito fria, fiquei lá por 9h presa sem contato com ninguém. Sem contar o desespero e aflição. Para eu ir ao banheiro ou tomar água, eu tive que implorar e pedir pelo amor de deus. Nunca imaginei isso na minha vida”, contou.
Ela disse, também, que ficou hospedada durante sete dias em um prédio da Cruz Vermelha.
“E o pior de tudo, eu não devia nada a eles. Foi um erro deles, porque colocaram o número do meu passaporte errado e aí eu caí nessa situação sem dever nada. Logo após esses noves horas, presa, eu fui levada para Cruz vermelha, a partir dai eu tive um celular, que eu consegui contato com a minha família. Lá eu fiquei sete dias e minha família tentando o contato com o consulado brasileiro, que não me ajudaram em momento alguém. Só a partir do quinto dia, eles me falaram sobre uma audiência, sem sentido algum e que tiraram meu passaporte da Interpol”.
Vale lembrar, que estar na lista da Interpol significa que você está entre os criminosos do mundo inteiro. “Eu só consegui sair, depois que eles me disseram que eu tinha que comprar uma passagem de volta ao Brasil e impôs várias regras deles”, detalhou ela.
A turista cuiabana Elizabeth Campos Cardoso, desembarcou em Cuiabá na madrugada desse domingo (28) e reencontrou a família após dias de muita aflição na capital francesa. Em um vídeo registrado por familiares, Elizabeth chorou ao abraçar a filha, e o cãozinho, no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.
“Foi assim um renascimento, quando o voo saiu de Paris, eu chorei durante o voo o tempo todo. De sair das garras daquelas pessoas que não são humanos. Eu espero que as autoridades façam alguma coisa pelos brasileiros, por nós. Porque era um sonho que virou uma tragédia”, finalizou ela.