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Mais de 10 policiais suspeitos de torturarem soldado em formação são presos no DF

Militar alega ter sido agredido por oito horas até desistir do curso de formação do Batalhão de Choque; corporação nega tortura e afirma que vai apurar denúncia

Policial chegou a ser internado

Uma denúncia de tortura sofrida por um soldado do curso de formação do patrulhamento tático móvel do Batalhão de Choque (BPChoque) do Distrito Federal motivou a prisão de 14 policiais militares nesta segunda-feira (29). Danilo Martins acusa os colegas de trabalho de agressão e tortura para que ele abandonasse o curso.

A denúncia foi apresentada ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Danilo relatou ter sido agredido com pauladas, chutes no joelho, no estômago e no rosto. Os militares também obrigado o soldado a tomar café com sal e pimenta e jogado gás lacrimogêneo e gás de espuma em seu rosto. Segundo a denúncia, Danilo foi torturado por cerca de oito horas até assinar o termo de desistência do curso.

Após as agressões, Danilo permaneceu internado por seis dias em um hospital, onde foi diagnosticado com insuficiência renal, lesões cerebrais, várias rupturas e rabdomiólise, conhecida como a ‘ doença da urina preta

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Os mandados de prisão foram cumpridos na manhã de hoje pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). O MP também apreendeu os celulares dos envolvidos e determinou a suspensão do curso, além do afastamento do comandante do Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque), Calebe Teixeira das Neves. Além das prisões, a Polícia Militar informou que coordenador do curso solicitou desligamento voluntário ‘para que as apurações transcorram da forma mais transparente possível’.

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal confirmou que Danilo assinou o termo de desistência e saiu do batalhão ‘alegando que estava bem’, procurando atendimento na sequência. Por conta do diagnóstico, a Corregedoria da PMDF abriu um inquérito para apurar o caso. O órgão alegou que ‘não há que se falar em tortura, pois, todas as circunstâncias estão sendo apuradas e todas as imputações legais serão manifestas em momento oportuno, respeitando todos os trâmites legais, em especial a ampla defesa e contraditório dos envolvidos’.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.