Um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo, com base em estatísticas do Banco Central, revelou que os brasileiros gastaram US$ 11,1 bilhões com jogos e apostas online, entre janeiro e novembro do ano passado - o equivalente a R$ 54 bilhões. O valor foi calculado pelas quantias enviadas a empresas do setor que atuam no exterior.
De acordo com dados do BC, do total gasto pelos brasileiros, cerca de US$ 8,9 bilhões (R$ 43,3 bilhões), correspondem ao valor apostado. Os outros US$ 2,2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) são relacionados à taxas de serviço pagas aos sites. O Brasil também registrou a entrada de US$ 7,1 bilhões (R$ 34,5 bilhões), no mesmo período. A quantia refere-se aos prêmios recebidos por jogadores que residem no país.
Em relação ao montante gasto com jogos e apostas online, o valor das transações financeiras ultrapassa a quantia movimentada pelas exportações de carne bovina em todo ano. A venda do alimento chegou a US$ 9,5 bilhões (R$ 46,3 bilhões) em 2023, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O Brasil é considerado um dos maiores exportadores do produto em todo o mundo.
15% da população já apostou pela internet
De acordo com uma pesquisa do Datafolha, 15% da população brasileira já apostou pelo menos uma vez de forma online. Segundo o levantamento, o gasto médio entre os apostadores é de R$ 263 mensais, valor que corresponde a 20% do salário mínimo de 2023 (R$ 1.200,00). O Datafolha também mostrou que três a cada 10 pessoas gastam mais de R$ 100 por mês.
O movimento, apesar de ter se espalhado por todo o país, em diferentes faixas etárias, é ainda mais forte entre homens de 16 a 24 anos. Quase um terço do grupo revelou já ter apostado pela internet.
Projeto de lei regulamenta apostas
O plenário da
As empresas do setor também terão que pagar 12% de impostos para a União. A proposta ainda define que, do total arrecadado com a cobrança de tributos, 6,63% serão destinados para a área do esporte, sendo 4% para o Ministério do Esporte, 1,63% para os clubes e atletas, e o restante será dividido entre confederações e secretarias de esportes dos estados e do Distrito Federal. O fatiamento dos recursos também contempla o repasse de 1,82% para o Ministério da Educação, 2% para a Seguridade Social, e 5% para a área do Turismo.
O texto aprovado pelo plenário da Câmara prevê que os apostadores terão 90 dias para reclamar o prêmio, caso isso não aconteça, os recursos serão encaminhados para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que terá 50% do montante, e a outra metade irá para o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap).
*Com informações de Jonathan Ferreira
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