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Conheça Carnaíba, na Bahia, que se tornou referência mundial na extração de esmeraldas

Descoberto em 1960, o distrito baiano se firmou como um dos maiores polos de extração da pedra preciosa no mundo

Carnaíba, distrito de Pindobaçu, na Bahia, abriga o “cinturão das esmeraldas” no Brasil. O local foi descoberto em 1960 e se consolidou como uma uma das mais importantes zonas de extração da gema no mundo.

As esmeraldas são encontradas em formações de xisto, uma rocha metamórfica que deve ser explorada. Para isso, os trabalhadores contam com técnicas artesanais, herdadas do garimpo tradicional, e com métodos mecanizados.

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Esse processo é segmentado em etapas. Primeiramente, ocorre a prospecção geológica para identificar áreas com potencial mineral. Depois, inicia-se a abertura de poços verticais, conhecidos localmente como “cavas” ou “caldeirões”, que podem atingir centenas de metros de profundidade. A partir desses poços, são escavadas galerias horizontais que seguem as camadas de xisto onde as esmeraldas estão incrustadas.

O material extraído, chamado de “canga”, é transportado para a superfície, onde passa por uma primeira triagem. Nessa etapa, os trabalhadores separam manualmente as rochas que contêm os cristais de esmeralda do material estéril.

Como as esmeraldas são avaliadas

Após a extração e a separação inicial, as pedras brutas seguem para a etapa de avaliação, que determinará seu valor no mercado. O principal fator que determina esse preço é a cor da esmeralda.
A avaliação segue quatro parâmetros principais:

  • Cor: Avalia-se o matiz (a tonalidade de verde), a saturação (a intensidade da cor) e o tom (o grau de claridade ou escuridão). Uma esmeralda de alta qualidade possui um verde profundo e vibrante, sem ser excessivamente escura.
  • Pureza (Clareza): Diferente de outras gemas, as esmeraldas quase sempre possuem inclusões, que são pequenas fraturas ou outros minerais cristalizados em seu interior. Essas marcas, poeticamente chamadas de “jardins” (jardin), são uma assinatura de sua autenticidade. A avaliação considera o tamanho, a quantidade e a localização dessas inclusões. Pedras com poucas inclusões visíveis a olho nu são mais raras e valiosas.
  • Lapidação (Corte): O corte não se refere apenas ao formato da pedra, mas à habilidade do lapidador em maximizar sua beleza. A lapidação correta realça a cor, melhora o brilho e minimiza a visibilidade das inclusões. O corte retangular com cantos chanfrados, conhecido como “corte esmeralda”, foi desenvolvido especificamente para esta gema.
  • Peso (Quilate): O peso de uma gema é medido em quilates (1 quilate = 0,2 gramas). Embora pedras maiores sejam mais raras, o preço por quilate aumenta exponencialmente quando combinado com cor, pureza e lapidação de alta qualidade. Uma esmeralda pequena de cor excepcional pode valer muito mais que uma grande de qualidade inferior.

Sob supervisão de Edu Oliveira

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.