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‘A gente saiu do maior sufoco’, diz irmão de brasileiro sequestrado no Equador

Thiago Allan Freitas foi libertado pela polícia ontem (10), em Guayquil, anunciou a famália

O irmão do brasileiro que havia sido sequestrado em Guayquil, no Equador, apareceu chorando após a libertação da vítima

O irmão do brasileiro Thiago Allan Freitas, que havia sido sequestrado em Guayquil, no Equador, apareceu aliviado em suas redes sociais após a libertação da vítima, nessa quarta-feira (10).

“Conseguimos, meu irmão tá bem. Acabei de falar com ele”, disse Eric Lorran Vieira, sem conter as lágrimas.

O brasileiro Thiago Freitas havia sido sequestrado no Equador na terça-feira (9) e foi liberto pela polícia equatoriana ontem (10).

A informação foi confirmada pela família ao Itamaraty - Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

“A gente saiu do maior sufoco. Muito obrigado a todos vocês. Conseguimos salvar uma vida, tem noção disso?”, confessou o irmão.

Em vídeos publicados no Instagram, o familiar agradeceu o apoio recebido pelos seguidores e pelo governo brasileiro.

“Obrigado, gente. Todo mundo que falou, que correu atrás. Nosso governo também, nossas emissoras. Obrigado a polícia do Equador. Ele tá bem, ele tá bem”, disse aos prantos.

O irmão do brasileiro revelou que as autoridades estavam em contato com a família, antes mesmo da libertação do irmão.

Eric conversou com o Thiago por videochamada através da polícia equatoriana. Ele contou que o irmão já estava solto, ao lado da família.

O filho de Thiago, Gustavo Freitas, também anunciou a liberdade do pai em suas redes sociais. Ele fez uma publicação dizendo que Thiago estava bem graças a ajuda de todos envolvidos.

Quem é brasileiro sequestrado no Equador?

Nascido em São Paulo, Thiago tem 38 anos e vive no Equador há três. Antes de se mudar para Guayaquil, ele morou em Quito durante um ano. No Brasil, ele também residiu em Balneário Camboriú (SC).

Thiago é dono da churrascaria La Brasa, em Guayaquil, que oferece “o melhor do churrasco brasileiro”.

Inicialmente, a churrascaria funcionava somente por delivery ou fazendo eventos contratados. A loja física no Bamboo Plaza foi aberta em outubro do ano passado.

A decoração do restaurante remete ao país de origem, com fotos de paisagens e personalidades brasileiras. Os funcionários usam roupas amarelas, em alusão ao uniforme da Seleção.

Além dos cortes típicos do churrasco brasileiros, o restaurante também oferece pão de alho e caipirinha.

O sequestro

Segundo a Embaixada do Brasil em Quito, o sequestro de Thiago Freitas aconteceu quando ele saiu para visitar uma loja de carros usados.

“De repente, o filho recebe uma ligação do pai, mas o pai estava com os olhos vendados e as mãos amarradas dizendo que havia sido sequestrado e os sequestradores pediram um resgate”, disse o conselheiro da Embaixada do Brasil em Quito, Afonso Nery, à CNN.

O valor do resgate caiu pela metade, após uma conversa dos criminosos com o filho da vítima.

O jovem entrou nas redes sociais do restaurante La Brasa e pediu a contribuição dos seguidores para conseguir arrecadar o dinheiro para libertar Thiago.

No vídeo, o filho revela que a família havia fornecido US$ 1.100, mas os sequestradores estavam cobrando U$ 3 mil pelo resgate. O valor da operação corresponde a R$ 14,670 mil.

No entanto, o valor arrecadado ainda distante daquele exigido pelos sequestradores, explica Afonso Nery. A libertação só foi possível mediante à atuação da polícia equatoriana.

A Embaixada Brasileira acredita que o sequestro do brasileiro Thiago Allan Freitas não deve ter relação com a onda de violência que assola Equador.

Estado de exceção no Equador

A onda de violência no Equador iniciou após a fuga de um dos líderes da organização criminosa Los Choneros de uma prisão em Guayaquil. A crise de segurança começou com motins em prisões, fuga de criminosos, ataques a delegacias e sequestro de policiais.

Na terça-feira (9), um grupo de bandidos armados invadiu as instalações do canal TC Televisión, de Guayaquil, e rendeu jornalistas ao vivo, com barulho de tiros e gritos ao fundo.

Segundo o governo do Equador, mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários estão sendo mantidos como reféns por detentos em pelo menos cinco prisões.

O presidente Daniel Noboa decretou que o Equador está em estado de guerra para conter as 22 organizações criminosas em atividade no país, na noite de terça (9). Juízes e promotores que ajudarem os criminosos serão considerados parte da rede terrorista.

O governo vai começar a deportar estrangeiros presos para reduzir o tamanho da população carcerária. A polícia prendeu 70 pessoas em operações antiterrorismo em todo o país. A onda de violência deixou ao menos 12 mortos em Guayaquil.

*Com informações da CNN

Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.