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Criança fotografada em lanchonete do Rio não é menino que desapareceu em praia, diz pai

Um entregador de delivery confundiu o menino com outra criança e enviou a foto aos pais de Edson Davi; família de garoto fotografado foi até a delegacia esclarecer confusão

Um entregador de delivery confundiu o menino com outra criança e enviou a foto aos pais de Edson Davi

Os pais do menino Edson Davi Silva de Almeida, de seis anos, que desapareceu em uma praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, receberam uma foto, neste sábado (6), que seria supostamente do garoto em uma lanchonete. Um entregador de delivery confundiu o menino com outra criança e enviou a foto aos pais de Edson Davi. Na imagem, o garoto aparece ao lado de um outro menino e de um casal.

A polícia chegou a ser acionada, mas ao chegar no local não encontrou nenhum deles. Os agentes recolheram as imagens das câmeras de segurança da lanchonete em busca de mais pistas. O material foi levado para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) para ser analisado.

“Olhando a foto, a gente tinha certeza que era ele. Parecia muito. Mas quando a gente viu os vídeos (das câmeras de segurança), deu pra ver que não era. Na foto parece muito, mas não era. A mulher que estava com as crianças foi ouvida pela polícia e provou que o menino é enteado dela. Então, tivemos a certeza que não era ele”, disse Edson dos Santos Almeida, pai do menino, à reportagem da Itatiaia.

A madrasta da criança fotografada publicou um vídeo nas redes sociais desmentindo a confusão. “Estamos aqui na delegacia para esclarecer que meu enteado não é a criança que está sumida”, afirmou. Com a confusão esclarecida, o pai continua com esperança de encontrar Edson Davi. “A gente está em oração, na expectativa de novas notícias”, desabafou.

Buscas no mar

A polícia trabalha com a possibilidade de que Edson Davi tenha se afogado. Equipes do Corpo de Bombeiros realizam buscas desde a madrugada de sexta-feira (5) pelo mar. A operação conta com o empenho de guarda-vidas, mergulhadores, quadriciclos, motos-aquáticas, drone e helicóptero.

Em entrevista ao G1, o dono de uma barraca vizinha a do pai da criança contou que o menino pediu uma prancha de bodyboard emprestada no dia do desaparecimento. O homem teria negado o pedido, dizendo que o mar estava agitado demais. De acordo com o barraqueiro, as ondas estavam altas e duas bandeiras vermelhas indicavam uma grade vala no local.

Apesar da hipótese de afogamento, o pai acredita que alguém levou a criança. “Ele tinha medo do mar. Ele não entra sem a minha presença. Ele só fica brincando na beirada, ele não é um menino que entra com a água até a cintura. Quando ele queria entrar no mar, ele me chamava. Essa história não faz sentido. Alguém levou ele”, afirma Edson.

Sobre a prancha que o menino pediu emprestada o pai comenta: “Ele tem uma prancha que costuma levar para a praia, mas só fica brincando na beirada. Ele pediu a prancha para o meu concorrente, mas ele não tinha. Mesmo que tivesse, ele não teria entrado. Ficaria na beirada ou teria me chamado”.

Família desconfia de estrangeiro

Segundo os familiares de Edson Davi, o garoto estava brincando, ao lado da barraca da família, na altura do posto 4, quando desapareceu. A família desconfia de um estrangeiro. Isso porque antes de sumir, Edson estava brincando com duas crianças sob o cuidado do homem. Quando o menino desapareceu, o estrangeiro já não estava mais no local.

De acordo com a mãe do menino, Marize Araújo, o suspeito brincou de bola com o menino antes de tudo acontecer. “Ele ficou em frente a barraca do meu vizinho, se ‘servindo de goleiro’, com duas crianças. Ele falava estrangeiro e começou a brincar com meu filho de bola. Eu não vi maldade. Mas, quando os clientes levantaram para pagar, perdemos a atenção. Foi então que o homem sumiu, as duas crianças sumiram, a bola sumiu e meu filho também”, lembrou.

Segundo o pai, a polícia revelou que o estrangeiro teria saído da praia sozinho. “Ele estava brincando com o meu filho e outras crianças, mas não sei se alguma era filha dele. A polícia mostrou várias imagens de câmeras de segurança para a mãe dele (de Edson Davi) que mostram o homem saindo da praia sozinho”, afirma.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.