A Polícia Civil de Goiás recebeu novas denúncias de crimes que teriam sido cometidos pela advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, suspeita de ter matado por envenenamento o ex-sogro, de 58 anos, e a mãe dele, de 86, no domingo passado (17), em Goiânia. As queixas vieram de quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, além de Goiás. As informações são do delegado Carlos Alfama, responsável pela investigação, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21).
Após o caso ganhar repercussão, a advogada foi acusada de aliciar crianças a praticar condutas sexuais e a ingerir bebidas alcoólicas à época em que trabalhava como psicóloga em uma escola na cidade de Itumbiara. Inclusive, a polícia recebeu denúncias de que ela não é cadastrada no Conselho Regional de Psicologia, o que está sendo apurado.
Além disso, Amanda foi denunciada por crime de estelionato no Rio de Janeiro e teria forjado estar grávida em situações passadas para obter benefícios de outras vítimas. Porém, a investigação tem como foco, nesse momento, “solucionar a materialidade da morte dessas duas pessoas [Leonardo e Luzia].”
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Dia do crime
Amanda chegou a Goiânia na quinta-feira (14), depois foi ao médico e, no dia seguinte, fez compras. No sábado (16), ela permaneceu no hotel e, no domingo (17), foi até a casa da família do ex. Estavam no imóvel: o ex-sogro Leonardo Pereira Alves, a mãe dele, Luzia Tereza Alves, e seu esposo João Alves.
A advogada serviu bolo e suco para eles, mas apenas ela e João não comeram e nem beberam. Posteriormente, ela chamou um carro de aplicativo e seguiu para Itumbiara, sua cidade natal.
Logo depois, Leonardo e Luzia começaram a passar mal e suspeitaram de que algum alimento estava estragado. A polícia descartou doenças transmitidas por alimentos, intoxicação alimentar e infecção alimentar, e confirmou que os dois foram vítimas de envenenamento.
O delegado voltou a esclarecer que a doceria não tem nenhuma relação com o crime. “Nesse caso houve uma injustiça grande com a doceria, ela não tem nenhuma relação com esse caso. É possível que o veneno não tenha sido ministrado no bolo, é mais possível que ele tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver”, aponta.
Amanda foi presa temporariamente às 18h dessa quarta-feira (20) em uma clínica psiquiátrica no município de Aparecida de Goiânia após supostamente tentar tirar a própria vida. Caso condenada, ela responderá pelo crime de duplo homicídio qualificado por motivo torpe por emprego de veneno.
Os corpos das vítimas foram necropsiados no Instituto Médico Legal (IML) e, logo em seguida, as amostras foram encaminhadas para o laboratório de análises criminais e tecnológicas, assim como os doces e o suco. A perícia concluiu como “impossível que duas pessoas sadias venham a óbito em curto espaço de tempo por causas naturais.”