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Preparador físico que imitou macaco em jogo contra o Corinthians é condenado por racismo

Justiça de SP determinou que Sebastian Avellino Vargas terá que pagar dois salários mínimos a uma entidade social; caso aconteceu em julho, na NeoQuimica Arena

Sebastian Avellino Vargas imitou um macaco durante a partida contra o Corinthians.

A Justiça de SP condenou nesta quarta-feira (14), por racismo, o preparador físico Sebastian Avellino Vargas, do Universitario, do Peru, que imitou um macaco durante a partida contra o Corinthians, em julho deste ano.

Segundo a promotora Mariana Pieragnoli Viana, que atuou no caso, “como explicar para uma criança preta ou parda o significado daqueles gestos? A imagem perdurou e ultrapassou as fronteiras do campo. Não se tratava de gesto para ‘um grupo de torcedores’, mas sim gesto de desprezo contra o ser humano”, disse a promotora.

Na sentença o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, do Foro Criminal da Barra Funda, determina que o preparado pague dois salários-mínimos (R$ 2,8 mil) para entidade que atue em projetos sociais, além de multa.

Entenda o caso

O preparador físico acompanhava partida entre sua equipe e o Corinthians em 11 de julho deste ano quando fez provocações à torcida do time brasileiro e foi filmado imitando gestos associados a macacos. Ele chegou a ser preso em flagrante.

Para o Ministério Público, a conduta depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas pretas e pardas ao associá-la a um animal irracional. “O denunciado, ao simular um macaco para ofender torcedores, pratica conduta preconceituosa escrachada que desqualifica, rejeita e hostiliza um grupo vulnerável”, afirma a denúncia do GECRADI.

A defesa recorreu da decisão.