Fenômeno astronômico raro, o eclipse solar anular já pode ser observado em algumas regiões do Brasil,
Parte do corpo clínico do Centro Oftalmológico de Minas Gerais, a oftalmologista especialista em retina, Adryana Andrade Assunção, explicou que, de forma geral, não é recomendado que se olhe diretamente para o sol. “Quando olhamos para uma fonte de luz, a energia luminosa incide diretamente na região mais nobre da nossa retina, a mácula. Esta região vai absorver os raios luminosos, causando danos, muitas vezes irreversíveis”, detalhou.
Entretanto, é possível observar o fenômeno com óculos ou ferramentas especiais, capazes de proteger a retina de quem pretende assistir ao eclipse. “O método mais seguro de se observar um eclipse é por projeção indireta da luz, que deve ser feita sob orientação especializada. Os óculos de sol não são adequados para se observar o eclipse, pois não contém os filtros especializados para reduzir a transmissão da radiação solar de forma segura.”
Ainda conforme Adryana, também não é orientado tentar observar o eclipse por celulares ou telescópios de uso doméstico. “Aparelhos celulares, máquinas fotográficas, filmadoras e mesmo os telescópios de uso doméstico não são adequados para observação de eclipses solares. Os telescópios utilizados para este fim são específicos, com filtros adequados e certificados e sob supervisão de especialistas. Da mesma forma, não devemos usar máscara de soldador, negativos fotográficos ou chapas de radiografia”, destaca a médica.
Ainda, a oftalmologista orienta que, mesmo seguindo as orientações para proteção adequada, é preciso se atentar ao tempo de observação do fenômeno. “Mesmo utilizando os óculos com proteção adequada para eclipse, devemos ficar atentos ao tempo de exposição. A observação direta do sol, nas condições citadas, pode ser feita apenas por 15 segundos, com pausas de três minutos”, completa Adryana.
Mas, o que fazer se observei o eclipse de forma incorreta? “Em caso de observação inadvertida do eclipse, as pessoas podem apresentar queixa de diminuição da acuidade visual, presença de manchas escuras na visão, alteração na visão das cores e fotofobia. Nestes casos devem procurar um oftalmologista para realização de exames e ter um diagnóstico adequado”, orienta a médica.