A guerra entre Israel e Hamas, iniciada no último sábado (7), reascende o debate sobre o grupo palestino: afinal, o Hamas é uma organização terrorista? A resposta divide a comunidade internacional e varia de acordo com cada país.
Brasil, China, Rússia, Turquia, Irã e Noruega não adotam essa classificação. Por outro lado, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e as nações da União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista.
No caso do Brasil, uma organização é classificada como sendo terrorista se ela for considerada assim pela Organização das Nações Unidas (ONU), como Al-Qaeda e Estado Islâmico.
Por isso, independentemente do governo, o Brasil não muda essa classificação. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou em favor de classificar grupos como o palestino Hamas e o islâmico xiita libanês Hezbollah como terroristas, mas não adotou nenhuma medida oficial mudar a posição do Brasil.
Itamaraty
Após o início da guerra, no último fim de semana, o Itamaraty se posicionou duas vezes por meio de notas sobre a violência no Oriente Médio, mas sem mencionar o Hamas.
“O governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza”, diz a nota de sábado (7).
A presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas está atualmente com o Brasil, que convocou os membros do órgão para uma reunião de emergência. Após o encontro, realizado no último domingo (10), o Brasil emitiu novo comunicado sem citar o grupo.
“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, disse o Itamaraty em nota.
Convenções
Convenções internacionais de direitos humanos classificam o direito dos povos colonizados e ocupados de resistir à sua colonização.
Diversas resoluções da Assembleia Geral da ONU “reafirmam a legitimidade da luta dos povos pela independência, integridade territorial, unidade nacional e libertação da dominação colonial, do apartheid e da ocupação estrangeira por todos os meios disponíveis, incluindo a luta armada.”
As Convenções de Genebra protegem os indivíduos que “lutam contra a dominação colonial e a ocupação estrangeira e contra os regimes racistas no exercício do seu direito à autodeterminação”.
*Com informações da BBC