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Polícia investiga se Comando Vermelho matou autores do ataque contra médicos no Rio

Milicianos teriam confundido uma das vítimas com miliciano de grupo rival; ‘tribunal do tráfico’ teria executado todos os envolvidos após a repercussão do caso

Três médicos foram mortos a tiros na madrugada desta quinta

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro investiga se os criminosos que executaram três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta-feira (5), foram mortos pelo Comando Vermelho. Eles teriam sido assassinados no interior do Complexo da Penha, na zona norte da cidade, na manhã desta quinta. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação trabalha com a hipótese de que os médicos teriam sido mortos por engano. O verdadeiro alvo seria o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que é filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio.

Taillon é acusado pelo Ministério Público do Rio de integrar a milícia de Rio das Pedras. A ordem para matar o miliciano teria vindo de Phillip Motta Pereira, conhecido como Lesk, responsável pela narcomilícia da Gardênia Azul, também na zona oeste da cidade.

A narcomilícia surgiu após uma disputa na região, em dezembro do ano passado. Para conquistar o território, os milicianos fizeram uma parceria com traficantes do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, uma das principais bases do Comando Vermelho no estado. Os traficantes, liderados por Edgar Alves de Andrade, o Doca, deram abrigo, homens e armas para os milicianos, em troca dos lucros de máquinas caça-níqueis e da venda de drogas.

Com o apoio dos traficantes, a narcomilícia se expandiu pela zona oeste da capital fluminense. Por causa dos conflitos, pelo menos 50 pessoas já morreram na região, apenas nos primeiros seis meses do ano.

Líder do CV teria mandado matar envolvidos na morte de médicos

Após atacarem os médicos, os criminosos teriam se escondido em áreas do Comando Vermelho. Nas redes sociais, eles chegaram a comemorar a morte de Taillon. O miliciano havia ganhado liberdade condicional há dez dias e era jurado de morte. Momentos depois, os autores apagaram a publicação.

Após ter sido constatado o engano e com a repercussão do caso na mídia, os criminosos teriam enfrentado o “tribunal do tráfico”. Doca, líder do Comando Vermelho no Complexo da Penha, teria ordenado a morte de todos, inclusive a de Lesk, o líder da narcomilícia e mandante do crime.

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