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Quebra-cabeças digitais podem melhorar memória e cognição de idosos, diz estudo

Hábito pode ser realizado em celulares ou computadores; pesquisa avaliou 543 voluntários

Entre os idosos, aqueles que tinham o hábito de montar quebra-cabeças digitais tiveram um melhor resultado

O hábito de montar quebra-cabeças digitais pode estimular a memória de idosos. É o que revela um estudo realizado por cientistas da Universidade de York, no Reino Unido, e publicado na revista científica Helyon. As informações são da Agência Einstein.

De acordo com os pesquisadores, a memória de trabalho - ou seja, a capacidade de reter informações enquanto alguma atividade é feita - diminui com a idade. Uma das formas de retardar esse processo e manter a memória como na juventude, é estimular o cérebro por meio de jogos digitais.

O estudo avaliou 543 voluntários em dois grupos: um com jovens entre 18 e 30 anos e outro com idosos entre 60 a 81 anos. Os participantes jogaram três tipos de jogos diferentes:

  • Estratégia: que envolviam planejamento e coordenação de ações para alcançar objetivos.

  • Ação: em que a meta era superar inimigos ou obstáculos.

  • Quebra-cabeças: onde é preciso encaixar peças usando a lógica tanto do desenho quanto dos formato.

Após a brincadeira, os voluntários foram submetidos a testes de memória visual, enquanto eram propositalmente distraídos.

Como o esperado, os mais velhos tiveram um desempenho pior. Mas, entre os idosos, aqueles que tinham o hábito de montar quebra-cabeças digitais tiveram um resultado surpreendente. Em alguns casos, a memória era semelhante à de jovens adultos.

Já entre os voluntários na faixa de 18 a 30 anos, aqueles que gostavam de jogos de estratégia obtiveram os melhores resultados.

Após os testes, os cientistas concluíram que o hábito de montar quebra-cabeças digitais, seja no celular ou no computador, ajuda a memória e a concentração dos idosos, além de ajudar a evitar distrações.

De acordo com a médica geriatra Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, os jogos desafiam o cérebro e o levam a gerar novas conexões e a melhorar a capacidade cognitiva. Mas, é preciso evoluir na dificuldade dos exercícios. “Se fizer sempre a mesma coisa, não surte o mesmo efeito”, explica.

Segundo ela, além da dificuldade dos jogos, há o desafio de lidar com a tecnologia. Por isso, é necessário ajudar os idosos no começo. “Muitos não têm tanta familiaridade com a tecnologia e isso pode acabar gerando frustração”, afirma.

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