Um motorista de aplicativo ficou gravemente ferido após um
No momento do acidente, o aparelho chamado de “hack squat”, usado para fazer agachamentos, estava com um peso de 150 kg. Segundo o personal trainer Igor Vilas Boas, o excesso de peso e a execução errada dos exercícios são as principais causas de lesões e acidentes durante o treino de musculação.
“Não existe exercício perigoso, existe a forma inadequada que o aluno executa. Por isso, é importante ter o acompanhamento de um profissional da Educação Física. É comum que alunos que treinam sozinhos aumentem a carga para ter uma evolução rápida, mas isso faz com que o corpo gere compensações, aumentando o risco de lesões. Ele também pode não aguentar o peso da carga e ocasionar um acidente”, esclarece o profissional.
Método de treinar “até a falha” aumenta risco de acidentes
De acordo com Vilas Boas, o método de treinar “até a falha” do músculo, ou seja, quando ele já não consegue mais fazer nenhuma repetição, só é seguro se acompanhado de um profissional. “Realizar o método sozinho pode causar acidentes e lesões graves, até mesmo irreversíveis. Isso porque o aluno pode estar fazendo um exercício e não aguentar mais o peso da máquina. Se ele não conseguir empurrar o equipamento até o ponto de travamento, a máquina pode voltar em cima da pessoa”, explica.
O profissional conta que exercícios como leg press - máquina em que a pessoa empurra um peso com as pernas - agachamento e peso livre podem ser perigosos se feitos sem supervisão. “Se o aluno não conseguir empurrar o leg press, se o equipamento estiver com um excesso de peso, ele pode voltar contra a pessoa. No caso do agachamento, se o aluno não prender as anilhas [pesos] com as presilhas de segurança, elas podem cair em cima do pé ou em outra pessoa”, diz.
Cuidados necessários para evitar lesões
O professor da academia onde Regilaneo da Silva Inácio se acidentou, Cicero Santos, disse que não houve falha do equipamento. O aluno não teria puxado a trava por completo e, por isso, a máquina teria despencado sobre ele.
Para evitar que acidentes como esse aconteçam, Vilas Boas explica quais cuidados devem ser tomados durante os treinos.
Ter o acompanhamento de um profissional de educação física: o profissional vai orientar o aluno a fazer os exercícios da maneira correta e com a carga adequada.
Respeitar os limites do corpo: a pessoa deve respeitar até onde o seu corpo aguenta ir. O aluno não pode colocar uma carga além da sua capacidade na intenção de acelerar o ganho de massa. As progressões devem ser feitas gradativamente, conforme a evolução nos treinos.
Saber a hora de parar: Ainda na temática de respeitar os limites do próprio corpo, o aluno deve saber o momento de parar ou de diminuir a carga. Quando o corpo já não suporta mais aquele peso é preciso parar.
Não descansar nas máquinas: Durante as pausas entre as repetições, o ideal é não descansar sentado ou escorado no equipamento.
Saber manusear o equipamento: o aluno deve prestar atenção na explicação do professor para aprender a travar a máquina e se prevenir de possíveis acidentes.
Segurança e fiscalização dos equipamentos
As academias e a segurança de seus equipamentos são fiscalizadas pelos Conselhos Regionais de Educação Física de cada estado. Em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou um documento, de caráter recomendatório, apontando algumas normas de segurança que as academias deveriam seguir.
Confira as recomendações da Anvisa:
Salas de musculação e ginástica devem ter piso apropriado para a prática das atividades, livre de rachaduras, imperfeições e objetos cortantes;
Salas devem estar limpas e arejadas, além de terem área de circulação livres;
Equipamentos devem estar em perfeito estado de conservação, higiene e segurança, não podendo estar quebrados (totalmente ou parcialmente). Eles não podem estar enferrujados, rachados, amassados, úmidos ou com qualquer defeito que possa comprometer a prática e a segurança do usuário. Eles também devem estar devidamente fixados no chão ou parede e lubrificados em suas partes móveis;
Os equipamentos também devem possuir o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e passar por manutenção preventiva constante;
Aparelhos ergométricos (esteiras, bicicletas, elípticos etc.) devem estar dispostos de forma a permitir livre circulação nas laterais e na parte de trás. A área livre deve ser de, no mínimo, 80 centímetros, funcionando como “área de escape” para eventuais acidentes;
Aparelhos de musculação também devem apresentar distância mínima de 80 centímetros entre eles, permitindo livre circulação;
Material de apoio complementar, como anilhas, barras, cordas e outros, deve estar em perfeito estado de conservação e acondicionados em suportes apropriados ou compartimentos especialmente reservados para eles. Eles não podem ficar no espaço reservado para circulação;
Espelhos devem estar íntegros, sem rachaduras, lascas, defeitos de acabamento e visualização, com extremidades protegidas por estrutura específica;
Salas de lutas devem ser totalmente protegidas por revestimento acolchoado em toda a sua extensão e circundante. Caso haja pilares ou colunas, elas também devem ser revestidas;
Quando houver piscina, o tratamento da água do deve ocorrer com frequência para manter a qualidade estética (cristalinidade, sem resíduos e sem odores desagradáveis) e a qualidade sanitária, bem como mantê-la saudável e segura para a saúde dos usuários e demais pessoas. A limpeza deverá ser feita com emprego de cloro ou seus compostos, preferencialmente, mediante cloradores ou similares, durante todo o período de funcionamento da piscina.