O consumo excessivo de melatonina, popularmente conhecido como hormônio do sono, pode ser prejudicial à saúde, conforme especialista. A liberação da venda da substância foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no fim do ano passado. Atualmente todas as farmácias brasileiras podem vender a melatonina em comprimidos ou gotas sem a necessidade de prescrição médica.
A psiquiatra e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da PUC Minas, Kelly Pereira Robis, explica o que é a substância e os riscos.
“A melatonina é um suplemento útil no tratamento das insônias, mas um ponto que chama atenção é que a insônia é a manifestação, é um sinal, de que algo não vai dar no organismo da pessoa. Frequentemente por conta de algum quadro depressivo, ansioso, quadros de tabagismo, transtorno bipolar. O problema de tratar a insônia e não procurar ajuda médica é que a pessoa arrisca adiar um tratamento, e esse quadro que causa a insônia se tornar cada mais crônico”.
Por isso, Kelly Robis comenta que o ideal em caso de insônia é procurar atendimento médico, já que os efeitos do remédio podem variar de caso em casa e não há uma recomendação disseminada de que todos usem. Para a psiquiatra, o ideal é que haja investigação do quadro de base que causa a insônia, para que só então o médico decida se a melatonina deve ou não ser utilizada.
“A melatonina pode causar dor de cabeça, ela pode estar associada a despertar ao longo da noite, especialmente em doses mais altas, até de certa forma o aumento de uma sensação de ansiedade. Algumas pessoas têm muita sonolência no início da manhã quando usam. Então, o uso da melatonina precisa de acontecer de uma forma muito bem controlada, porque cada pessoa é única. A sensibilidade a melatonina é variável, inclusive a dose terapêutica pode variar muito de pessoa para pessoa”.