Sergio Rial, ex-CEO da Americanas, tornou-se réu em um dos processos administrativos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que investigam rombo contábil de R$ 20 milhões da companhia varejista. João Guerra Duarte Neto, ex-diretor de relação com investidores, também virou réu no processo.
A comissão abriu para consulta o termo de acusação, que é da sexta-feira (2). O processo em que ambos se tornaram réus começou a tramitar em maio deste ano, mas a investigação teve início em janeiro, quando o escândalo contábil foi descoberto.
O processo aberto pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) trata de possíveis infrações a Lei de Sociedade por Ações, no que diz respeito ao sigilo sobre informação que ainda não tenha sido divulgada ao mercado, e de infrações à resolução 44, que trata da divulgação de informações.
A Americanas, que está em recuperação judicial, divulgou um comunicado em 11 de janeiro no qual informava ter encontrado “inconsistências em lançamentos contábeis” em balanços da companhia, que chegavam a R$ 20 milhões. Os lançamentos subestimaram o valor da dívida da empresa. O rombo foi causado principalmente por dívidas com bancos.
O pedido de recuperação judicial da Americanas aconteceu em 19 de janeiro deste ano. Com isso, as dívidas foram congeladas por 180 dias, e as operações da empresa seguiram.
A reportagem tenta localizar a defesa dos citados. Conforme o sistema da CVM, Duarte Neto já foi notificado. Até a noite desta segunda-feira (5), Rial ainda não havia sido notificado. Em caso de condenação, as penas vão de multa até a suspensão do registro para trabalhar no mercado financeiro.