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Ministério suspende fabricação e venda da única vacina contra leishmaniose no Brasil

Órgão identificou “desvio de formalidade” em oito lotes de imunizante desenvolvido pela UFMG; Ministério da Agricultura vai investigar o caso

Leish-Tec é a única vacina contra a leishmaniose autorizada no Brasil

O Ministério da Agricultura anunciou, na noite desta quarta-feira (24), a suspensão da fabricação e venda da Leish-Tec, única vacina contra a leishmaniose autorizada no Brasil para o combate à doença em animais de estimação. A fabricante já havia suspendido a comercialização na última terça-feira (23).

De acordo com o Ministério, uma fiscalização constatou “desvio de formalidade do produto, que pode ocasionar falta de eficácia da vacina e gerar risco à saúde animal e à saúde humana”. Segundo a nota, os imunizantes apresentaram “teor de proteína A2 inferior ao limite mínimo”.

Foi determinado o recolhimento de oito lotes (029/22; 037/22; 043/22; 044/22; 060/22; 004/23; 006/23; 017/23), que já começaram a ser apreendidos pela fabricante. As investigações seguem sendo realizadas pelo Ministério da Agricultura, que pode tomar outras ações em relação ao caso.

Vacina suspensa

Na última terça-feira (23), o laboratório Ceva Saúde Animal suspendeu a venda da Leish-Tec, vacina contra a leishmaniose desenvolvida na UFMG. Esse é o único imunizante contra a doença autorizado para uso no Brasil.

Segundo a fabricante, foram identificados “desvios” — erros de fabricação — nos lotes recolhidos. “Os desvios podem ser qualquer diferença entre o que foi protocolado e autorizado na produção da vacina e o encontrado em lotes avaliados. Esperando ter novas definições nas próximas semanas”.

Cuidados

A prevenção da leishmaniose ocorre por meio do combate ao inseto transmissor. Confira como repelir a circulação do mosquito

  • Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem).

  • Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos.

  • Limpeza dos abrigos de animais domésticos, além da manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos flebotomíneos para dentro do domicílio.

  • Uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos de animais). No entanto, a indicação é apenas para as áreas com elevado número de casos, como municípios de transmissão intensa (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 4,4), moderada (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 2,4) ou em surto de leishmaniose visceral.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.