O Brasil subiu 18 posições no ranking mundial da liberdade de imprensa, segundo um relatório da organização não governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF), divulgado nesta quarta-feira (3). O levantamento é divulgado anualmente no dia 3 de maio, data em que se comemora o Dia da Liberdade de Imprensa. Em 2023, o país ficou no 92° lugar, ao lado de países como Sérvia e Gabão.
Apesar do avanço, a situação brasileira ainda é considerada problemática. Em 2022, o país ocupava o 110° lugar no ranking, ao lado de países como Zâmbia e Mali. Este ano, o Brasil foi o país da América Latina que mais subiu posições.
“Essa subida de 18 posições do Brasil no ranking é a mais importante de um país no continente americano e uma das mais significativas em nível global. O estudo reflete otimismo em relação à possível volta à normalidade nas relações entre governo e imprensa”, explica o jornalista Artur Romeu, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras para a América Latina, à Agência Brasil.
Em relação à segurança dos profissionais da imprensa, a situação brasileira é mais preocupante. O país ocupa o 149° lugar, entre os 180 países estudados, no indicador de segurança realizado pela RSF. Em 2022, o Brasil protagonizou o assassinato do jornalista britânico Dom Philips, em junho, e do blogueiro cearense Givaldo Oliveira, em fevereiro.
De acordo com o diretor, o país é historicamente violento para jornalistas. “Se considerarmos os últimos dez anos, o Brasil só está atrás do México em número de jornalistas assassinados. Para que continue melhorando, é preciso reafirmar marcos legais, garantir a transparência pública e combater a desinformação”, aponta.
Mundialmente, o relatório mostra que os países com a imprensa mais livres são a Noruega, Irlanda e Dinamarca. Já os menos livres são o Vietnã, China e Coreia do Norte. Os mais seguros são Samoa, Irlanda e Noruega, enquanto os mais perigosos são Iêmen, Ucrânia e Birmânia.
(Sob supervisão de Lara Alves)