Formado em arquitetura, Paulo Caruso, que morreu na manhã deste sábado (4), aos 73 anos, por complicações de um câncer de intestino, nunca exerceu a profissão. O artista sempre preferiu trabalhar na cena dos quadrinhos e HQ. Em 1969, foi convidado a participar de uma nova revista que surgia no Brasil: O Pasquim.
Controverso e irônico, O Pasquim tratava de assuntos tabus para a época, como sexo, drogas, feminismo e divórcio. Além disso, se colocou no mercado como oposição ao regime militar e foi se tornando mais politizado cada vez que a ditadura se tornava mais repressiva.
Mas não era só nas charges e caricaturas que Paulo Caruso fazia sucesso. Nos quadrinhos, o desenhista fez sucesso com a revista experimental Balão, que participou junto com grandes nomes do mercado, como Chico, Angeli, Laerte e Luiz Gê.
Em 1983 ele publicou o álbum Capitão Bandeira e já colaborou com diversos jornais e revistas do Brasil. Na IstoÉ, contribuiu por mais de 25 anos com a página Avenida Brasil, seu trabalho mais conhecido. Os desenhos acabaram migrando para o Jornal do Brasil e algumas edições de mais sucesso foram reunidas em um livro.
Paulo Caruso também era músico e, como pianista, montou a Muda Brasil Tancredo Jazz Band em 1985. O grupo, composto por desenhistas e músicos, compunha paródias musicais e dura até hoje com a banda Conjunto Nacional.
Por fim, Paulo Caruso trabalhou até o fim de sua vida como cartunista e caricaturista do programa semanal da TV Cultura, o Roda Viva.