Um dos jogos mais aguardados do campeonato foi manchado pela arbitragem. Rafael Klein brigou com a imagem e deixou de expulsar o zagueiro Gustavo Gómez em um lance claro de vermelho. Dessa vez, o VAR até tentou avisar.
O que leva o árbitro a falhar em um lance tão fácil? O nível de erros como este levantam suspeitas sobre a lisura do campeonato, mas eu estou cada vez mais convicto de que se trata de despreparo. Enquanto a discussão girar em torno de quem foi o prejudicado ou o beneficiado da rodada estaremos enxugando gelo e dando passos em direção a lugar nenhum.
Um futebol que movimenta bilhões não pode estar nas mãos de uma arbitragem amadora. Podem trocar o presidente da comissão ou criar grupos de trabalho, mas o problema não será resolvido enquanto não houver profissionalização. Neste sentido, os árbitros também são vítimas. Não há um critério estabelecido, tampouco uma preparação adequada para quem tem o poder de interferir diretamente no jogo.
O técnico Leonardo Jardim está corretíssimo em suas queixas sobre a desorganização do futebol brasileiro. Temos potencial para entregar um produto de excelência, mas questões básicas como arbitragem, calendário e gramado ainda desgastam a imagem do futebol brasileiro.
A revolta do treinador, no entanto, acontece depois de um jogo em que o time dele foi prejudicado. Será que a indignação teria sido a mesma se ele tivesse sido o beneficiado? É um questionamento que serve para todos os outros treinadores, dirigentes e jogadores.
Na prática, os clubes fazem pressão na CBF para não serem os prejudicados da próxima rodada. Mas a mudança efetiva só acontecerá quando todos os interessados se unirem em prol de uma arbitragem melhor. Não vejo outro caminho a não ser a profissionalização.