Ouvindo...

Vinícius Andrade | Bolívar 2 x 2 Atlético: empate para comemorar ou lamentar?

Galo abriu 2 a 0 no duelo de ida das quartas de final da Sul-Americana, mas cedeu empate ao adversário em La Paz, na Bolívia

Vinícius Andrade

Existem dois tipos de atleticano neste momento: aquele que não viu o jogo e está comemorando o empate e aquele que assistiu a partida e está lamentando até agora o resultado. O sentimento é válido em ambos os casos. Não perder na altitude de La Paz é sempre um ótimo negócio, mas quando você abre 2 a 0 e ainda joga com um a mais por 35 minutos, o empate pode ser um duro golpe.

Entendo o sentimento de quem se apega ao lado negativo, mas eu continuo defendendo o argumento de que o Atlético conseguiu um grande resultado. Basta uma vitória simples na Arena MRV para o Galo avançar à semifinal da Copa Sul-Americana.

Neste misto de sentimentos após o empate na Bolívia, eu enxergo mais pontos positivos do que negativos. Na minha coluna anterior eu fiz o seguinte questionamento: “quando os jogadores iriam assumir a responsabilidade?” A resposta veio nessa quarta-feira. Vi mudança de atitude na altitude de 3.600 metros. A história mostra que não é fácil encarar este cenário e que jogar bem sem conseguir puxar o ar é praticamente impossível.

Erros de passe são muito mais recorrentes. Eu não esperava nada diferente disso. Mas o Atlético compensou com organização e entrega. A estratégia do Sampaoli funcionou. Tirar o Hulk é uma loucura? No contexto de ontem, não. O jogo pedia correria e intensidade. A parte física era prioridade e a escolha pelo Rony no comando de ataque fez total sentido. Aliás, o camisa 33 correspondeu e fez um grande jogo.

O amor pelo “balón” deu lugar a uma estratégia defensiva, que resultou em uma posse de bola de apenas 23%. Sampaoli armou um 5-4-1 compacto e cauteloso. Vitor Hugo foi o melhor defensor atleticano e ainda foi premiado com um gol. Scarpa e Alexsander esbanjaram lucidez mesmo com o ar rarefeito. Alan Franco mais uma vez incansável. Caio Paulista entrou surpreendentemente bem.

As ressalvas ficam por conta da falta de concentração em lances pontuais. Lyanco e Igor Gomes cometeram pênaltis bobos, e a bola aérea defensiva ainda continua sendo um problema. Mas o Galo segue muito vivo na Sul-Americana, dependendo de uma vitória magra na semana que vem para chegar à semifinal. Apesar das falhas recorrentes, um fio de esperança renasceu.

Leia também

Mineiro de Oliveira e graduado em Jornalismo na PUC-MG. Profissional apaixonado por futebol e outros esportes com passagens por Estado de Minas, Superesportes, Rádio Transamérica e O Tempo. Atua como comentarista e repórter da Itatiaia.