Os preços dos combustíveis registraram leve alta entre os dias 1º e 15 de dezembro, segundo o Monitor de Preço de Combustível, levantamento mensal da Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O avanço foi estimulado principalmente pelo etanol hidratado, pressionado pelo fim da safra da cana-de-açúcar e pelo aumento da demanda típico do período de fim de ano. Gasolina e diesel apresentaram variações mais contidas.
Na média nacional, a gasolina comum passou de R$ 6,27 por litro na última semana de novembro para R$ 6,28 na segunda semana de dezembro, alta de 0,17%. O diesel S-10 também teve discreta elevação, subindo de R$ 6,16 para R$ 6,17 por litro. Já o etanol hidratado registrou o maior avanço entre os combustíveis analisados, com aumento de 1,01%, ao sair de R$ 4,41 para R$ 4,45 por litro.
De acordo com o estudo, a alta no preço do etanol reflete fatores sazonais do setor sucroenergético. O encerramento da safra reduz a oferta do biocombustível justamente em um período de maior consumo, impulsionado pelas férias e pelo aumento das viagens. Com o mercado operando com estoques de passagem, os preços tendem a permanecer pressionados até o início da próxima safra.
Além da sazonalidade, o mercado acompanha os impactos tributários previstos para o início de 2026. A partir de janeiro, entram em vigor novos valores fixos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis praticados às distribuidoras, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). A alíquota da gasolina será reajustada em R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,47 para R$ 1,57, alta de 6,8%. Para o diesel e o biodiesel, o imposto subirá de R$ 1,12 para R$ 1,17 por litro, aumento de 4,4%.
No caso do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, a alíquota será elevada de R$ 1,39 para R$ 1,47 por quilo, o que representa um acréscimo de R$ 1,05 no botijão de 13 kg. Os novos valores passam a valer no primeiro dia de 2026 e a expectativa é de repasse ao consumidor final, com impacto nos preços e na inflação. O Confaz ressalta que o modelo de cobrança permanece o mesmo, com atualização apenas dos valores monetários.
Diferenças regionais
Os preços apresentaram comportamentos distintos entre os estados. Na gasolina, Roraima registrou a maior queda percentual, de 2,4%, com o preço médio recuando de R$ 7,13 para R$ 6,95 por litro. A maior alta foi observada em Pernambuco, onde o valor subiu 1,4%, de R$ 6,30 para R$ 6,39.
No etanol, a maior retração ocorreu na Bahia, com queda de 3,7%, passando de R$ 4,74 para R$ 4,56 por litro. Em sentido oposto, o Distrito Federal apresentou a maior alta, de 6,8%, com o preço médio avançando de R$ 4,53 para R$ 4,84.
Para o diesel S-10, Roraima também liderou as quedas, com recuo de 4,4%, enquanto o Piauí registrou a maior alta, de 1,6%, ao passar de R$ 6,19 para R$ 6,29 por litro.