Setembro apresentou um cenário misto para os preços dos combustíveis no Brasil. O etanol registrou um aumento médio de 1,5%, chegando a 2,2% nas capitais. Os demais combustíveis registraram leves quedas: gasolina comum e aditivada recuaram 0,1%, o GNV caiu 0,3%, o diesel comum teve baixa de 0,3% e o diesel S-10, de 0,2%.
Os dados são do Monitor de Preço de Combustível, levantamento mensal elaborado pela Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A pesquisa integra o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, publicado desde fevereiro de 2023.
A valorização do etanol ocorreu principalmente nas regiões produtoras, como o Sudeste (+2,0%) e o Centro-Oeste (+1,9%), que puxaram a média nacional para cima. Segundo o estudo, o principal fator para a alta foi a mudança na mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, determinada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A medida aumentou a demanda pelo produto e exigiu das usinas um novo equilíbrio na produção entre etanol anidro e hidratado.
Desde agosto deste ano, o teor de etanol na gasolina subiu de 27,5% para 30% (E30). O CNPE justificou a medida para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, elevar o uso de biocombustíveis e fortalecer a economia nacional com a diminuição das importações de derivados de petróleo.
Além disso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ajustou as especificações da gasolina, impondo maior necessidade de estoque e logística de distribuição, o que pressionou ainda mais os preços do etanol. Com fatores como câmbio, impostos e política de preços estáveis, a nova regra acabou sendo o principal motivo da alta em setembro.
Preços médios nacionais por litro em setembro:
- Gasolina comum: R$ 6,276
- Gasolina aditivada: R$ 6,426
- Etanol: R$ 4,332
- GNV (gás natural veicular): R$ 4,740
- Diesel comum: R$ 6,106
- Diesel S-10: R$ 6,165
Preços médios por região
Na análise regional, o Acre registrou o litro mais caro da gasolina comum (R$ 7,56) e da aditivada (R$ 7,60). Os menores preços foram observados na Paraíba (R$ 5,98) e no Piauí (R$ 6,06), respectivamente. Para o etanol hidratado, o Amazonas apresentou o valor mais alto (R$ 5,49) e São Paulo, o mais baixo (R$ 4,12).
Gasolina segue mais vantajosa que o etanol
O relatório também calcula o Indicador de Custo-Benefício Flex, que compara o preço do etanol com o da gasolina considerando o rendimento médio dos veículos bicombustíveis. Em setembro, o etanol custava, em média, 72,3% do valor da gasolina nos estados e 72,7% nas capitais. Como o limite de competitividade é de 70%, a gasolina segue sendo mais vantajosa na maior parte do país, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
Etanol tem maior alta entre os combustíveis
No acumulado de 2025, os preços subiram 4,0% para o etanol, 1,0% para a gasolina comum e 0,9% para a aditivada. Já o diesel comum (-1,0%), o S-10 (-0,8%) e o GNV (-0,4%) apresentaram retração. No período de 12 meses, apenas o GNV teve queda (-0,9%), enquanto os demais combustíveis acumularam altas: etanol (+5,1%), gasolina comum e aditivada (+1,7%), diesel comum (+0,7%) e S-10 (+0,8%).