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Sustentabilidade e rastreabilidade pautam debate sobre futuro da carne bovina no Brasil

CNA defende apoio ao produtor para atender demandas de mercados como União Europeia e China

Transmissão tinha como objetivo debater assuntos de interesse do setor.

A carne bovina foi o tema central da live: “Governança na sustentabilidade da cadeia da carne bovina”, nesta segunda-feira (18). Promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Insper Agro Global a transmissão tinha como objetivo debater assuntos de interesse do setor.

Durante a live, o coordenador de Produção Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Paulo Franco, destacou a contribuição do produtor rural brasileiro na sustentabilidade da cadeia da carne bovina. Franco lembrou que, ao aderir a programas como o Plano ABC dentro do Plano Safra e buscar crédito para investir na propriedade, o produtor reconhece a importância de práticas sustentáveis.

O coordenador também ressaltou os desafios impostos pela rastreabilidade individual obrigatória, como o aumento de custos sem a devida valorização para o produtor. Neste contexto, ele defendeu os protocolos privados como alternativa para agregar valor à produção e lembrou que cerca de 73% dos pecuaristas brasileiros têm propriedades de até 50 hectares.

Ele também destacou a importância do sistema de sanidade animal no país, o que fez o Brasil ser reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em maio.

Segundo ele, a identificação individual dos animais é fundamental para responder rapidamente a emergências sanitárias. “Não tenho dúvida de que o produtor rural vem fazendo sua parte, mas nenhuma dessas pautas vai avançar se cada elo da cadeia olhar apenas para si”, disse.

Para o coordenador, outro desafio da cadeia da carne hoje é alinhar a sustentabilidade às demandas de diferentes mercados. A União Europeia, por exemplo, impõe regras cada vez mais rigorosas por meio da nova legislação ambiental (EUDR). “Precisamos discutir como atender a essas exigências de forma equilibrada”, destacou.

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Franco citou outros mercados para a carne brasileira, como a China, reforçando que o produtor rural da cadeia precisa de recursos para se adequar às exigências desses diferentes mercados.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.