Há 38 anos, o produtor Décio Padilha de Miranda, do município do Serro, dedica-se à produção de
“Na época que não tinha registro, ficava à mercê dos atravessadores que pagavam um preço muito baixo, na maioria das vezes, nem arcava o custo da produção. Mas como não tinha opção, era obrigado a vender para pagar as contas. Por isso, me dediquei para obter o registro”, relata Décio Padilha.
Membro da Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural em Queijos Artesanais da Emater-MG, João Paulo Teixeira Campos, conta que a Instituição participou de todo o processo, desde a elaboração da planta, memoriais, documentos e exames até a certificação.
Ele ainda destaca que a microrregião do Serro é tradicional na produção de Queijo Minas Artesanal e programas como o Projeto Queijo Minas Legal (PQML) e o Minas Pecuária são fundamentais para que os produtores consigam sair da informalidade. Além da queijaria Cava, outras sete foram registradas este ano na microrregião do
“Cada nova certificação reforça a região, que possui indicação geográfica e reconhece ainda o modo de fazer a iguaria, que hoje é patrimônio Imaterial e Cultural da Humanidade. Levando também segurança sanitária e alimentar para os consumidores”, ressalta João Paulo.
Trajetória
Décio Padilha conta que o percurso na atividade começou com o pai dele. “Minha família produzia carvão, mas como o preço estava ruim e as dificuldades financeiras aumentaram, meu pai decidiu produzir queijos para completar a renda. Comecei a ajudar quando tinha 14 anos de idade”.
A vontade de ter uma melhor qualidade de vida fez com que o queijeiro deixasse a lida no campo para buscar novas oportunidades na cidade. Segundo ele, o sonho de voltar às origens e montar uma queijaria ainda permaneciam vivos durante a experiência.
“Depois de alguns anos decidi voltar e ajudar meu pai. Quando ele faleceu, tomei conta da produção e construí minha queijaria. Hoje é uma atividade familiar, eu e mais dois irmãos estamos na área e cada um tem sua queijaria”, comemora.
O produtor é responsável por todo o processo, desde o manejo com o gado até a produção mensal das 240 peças da iguaria. A comercialização é destinada para a Cooperativa dos Produtores Rurais do Serro (Cooperserro).
Para o futuro, ele deseja melhorar a qualidade do rebanho e da pastagem, aumentar a produção de leite e das iguarias.