Pachymerus bridwelli e Revena plaumanni: estes são os nomes dos besouros que atacam as sementes do butiazeiro (Butia odorata). O estudo inédito, desenvolvido pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) do Rio Grande do Sul, revela que, em algumas plantas, a infestação é tão alta que mais de 50% das sementes são consumidas por estes insetos, prejudicando a produção de mudas e a regeneração natural das áreas de butiazais nativos. Isto porque o butiazeiro se reproduz apenas por sementes.
“Se pensava que era apenas um inseto que atacava os butiás e não se conheciam os insetos adultos, apenas a larva de um deles. Não se conhecia o nome dos insetos e muito menos o ciclo biológico, onde a fêmea do inseto faz a postura na flor feminina. A postura pode ocorrer um dia após a abertura da inflorescência”, afirma o pesquisador responsável pelo estudo, Adilson Tonietto.
Os dados estão publicados na
O pesquisador destaca que esses insetos podem afetar negativamente a qualidade dos frutos, bem como comprometer a produção de mudas. “A qualidade da fruta é afetada, pois ao sair da fruta, uma das brocas atravessa a polpa a fim de alcançar o solo e continuar sua transformação até atingir o estágio adulto, comprometendo a qualidade e o armazenamento dos frutos”, revela Adilson.
Atualmente, as mudas de butiazeiros são obtidas exclusivamente por meio da germinação de suas sementes. No entanto, quando essas sementes são danificadas pelas larvas dos besouros, a produção de mudas e a regeneração dos butiazeiros nas áreas naturais podem ser significativamente prejudicadas.
“Esperamos que estas informações auxiliem no estudo de estratégias que possibilitem minimizar os efeitos negativos destes insetos sobre os produtos gerados pelo butiazeiro, assim como na sua propagação e regeneração natural”, declara Adilson.
Pesquisas com butiazeiros
Desde 2008 o DDPA, ligado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi-RS), vem desenvolvendo pesquisas com o butiazeiro, inicialmente produzindo informações de modo a contribuir com a preservação das áreas naturais, através do extrativismo das frutas produzidas por esta palmeira, e, mais recentemente, fomentando a implantação de pomares através do fornecimento de mudas.