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‘Morango do amor’ eleva o preço da fruta no Rio Grande do Sul

Informativo Conjuntural também detalha situação da fruticultura e culturas de inverno no estado

Oferta de morango ainda é insuficiente para atender à demanda local

A Emater/RS-Ascar divulgou nesta quinta-feira (7) o Informativo Conjuntural detalhando a situação das safras de frutíferas e grãos de inverno do Rio Grande do Sul. Segundo o documento, há culturas que seguem com a prática da poda, como pêssegos e videiras, outras estão em final de floração, como os citros e ameixa, e outras, em plena produção, como é o caso do morango.

A maturação dos frutos do morango foi favorecida na região administrativa da Emater/RS de Caxias do Sul pelas temperaturas amenas e a boa radiação solar. Porém, há incidência de oídio em muitas lavouras, causando perdas e exigindo dos produtores a intensificação de medidas de controle. A oferta de morango ainda é insuficiente para atender à demanda local, assim, o mercado continua em alta, e os preços recebidos pelos produtores na comercialização para Ceasas, intermediários e mercados ficaram entre R$ 30 e R$ 50/kg. A venda direta ao consumidor, entre R$ 40 e R$ 60/kg.

Já na região de Soledade, a cultura do morango está em desenvolvimento de mudas e em produção. O clima do período, com a presença mais intensa de sol, favoreceu os cultivos, o que intensificou a formação e o amadurecimento de frutos, bem como o crescimento das plantas. As condições fitossanitárias estão adequadas e a oferta e a demanda, em equilíbrio.

Na região de Lajeado, em Feliz, a produção de morango está iniciando. Nos cultivos em bancadas, há alguma produção, mas ainda bem baixa. Já nos cultivos direto no solo, os morangos já estão bem formados e há intensa floração. Os produtores estão comercializando o quilo do morango entre R$ 30 e R$ 40 e alguns entre R$ 50 e R$ 55/kg devido ao pico de vendas provocado pela tendência do “morango do amor”.

As plantas de morango apresentam boa floração na região de Santa Rosa, porém a polinização está deficiente, e há muitos frutos deformados e forte presença de doenças, como flor-preta (antracnose). O preço de venda de frutos pequenos é de R$20/kg, e maiores e padronizados R$35/kg. A demanda na região também aumentou em razão da sensação do “morango do amor”.

Fruticultura

A cultura de pêssego está em fase final de floração na região administrativa de Ijuí, com emissão de folhas e pegamento de frutos. Os produtores finalizam a poda com certo atraso, mantendo um número maior de ramos carregadores, em função do risco de ocorrência de geadas em agosto. Também efetuam a poda e tratamentos fitossanitários nas variedades precoces, que estão em início de floração na região da Serra gaúcha e de Pelotas, visando ao controle preventivo de podridão-parda e crespeira-verdadeira. O frio intenso durante este inverno favoreceu a brotação uniforme das variedades cultivadas, o que deverá se refletir em boa produtividade.

Já na cultura da uva, a prática da poda seca de inverno e os tratamentos de controle de cochonilha-do-tronco nas videiras foram efetuados na região administrativa da Emater/RS de Caxias do Sul, onde os produtores continuam a adubação de inverno. A região de Frederico Westphalen, iniciou a brotação das variedades de uva Vênus, Bordô, Niágara Rosada, Niágara Branca, Seyve Villard, Carmem, entre outras. Na região de Santa Maria, continuam, principalmente nas videiras, os tratamentos de inverno nas frutíferas por meio do uso de caldas bordalesa e sulfocálcica e das podas de inverno.

Cultura de citros

A mudança na decisão dos Estados Unidos sobre a taxação de produtos trouxe ânimo para a atividade na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, mas ainda não há preço de comercialização das frutas para os agricultores, principalmente de laranja Valência. Algumas variedades de frutas precoces por colher são Salustiana, Iapar e de umbigo, que estão sendo vendidas no comércio in natura a R$ 900/t.

Na região administrativa da Emater/RS de Frederico Westphalen, está iniciando a floração dos citros para a próxima safra, com excelente expectativa. Referente à Safra 2024/2025, está em início a colheita das variedades de ciclo médio e tardio. Na de Pelotas, continua a colheita de laranja, e iniciou a de bergamota da cultivar Montenegrina, que apresenta frutos de qualidade com boa valorização de preço, de R$ 1,50 a R$ 2/kg para o produtor, para ambas as culturas.

Na região de Lajeado, as condições climáticas têm favorecido a colheita de citros e os tratamentos fitossanitários de inverno. Em São José do Sul, a colheita da bergamota Montenegrina está em andamento, com grande produtividade na maioria dos pomares e com frutos de excelente qualidade. No município, a caixa de bergamota de 25 quilos é comercializada a R$55, e a colheita chega a 50% dos 290 hectares implantados.

Em Montenegro, onde se cultiva bergamota Montenegrina em 2.145 hectares, a colheita chega a 15% do volume da safra, e o valor pago pela caixa de 25 quilos é de R$ 45 para fruto com haste e folhas, e de R$ 50 para frutos sem haste e folhas. A colheita da bergamota Ponkan, cultivada em 120 hectares, alcança 85%, e o preço de venda está em R$25/cx. de 25 kg. Bergamota Pareci está chegando ao final de safra, atingindo 98% dos 200 hectares do município, e o preço pago é de R$20/cx. de 25 kg.

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Em Arvorezinha, a colheita da variedade de laranja Monte Parnaso chega a 85%, e o valor recebido é de R$ 22,50/cx. de 25 kg. Foi iniciada a colheita de Valência de mesa e indústria, que alcança 2% e 3% respectivamente. O valor pago para fruto de mesa está em R$ 22,50 e para a indústria R$10/cx. de 25 kg.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.