Ouvindo...

Menor oferta leva a valorização do feijão carioca de melhor qualidade

Indicativo do CEPEA analisou os preços no período de 11 a 18 de julho

Menor oferta do feijão carioca contribuiu para sustentar os preços

O feijão carioca de melhor qualidade valorizou no período de 11 a 18 de julho segundo o Indicador Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/CNA. O mercado geral também apresentou movimentos distintos de acordo com o tipo de cultivo e a região.

A menor oferta do feijão carioca contribuiu para sustentar os preços, especialmente do grão de nota 9 ou superior, enquanto os grãos com defeito ou coloração escurecida continuaram com escoamento lento e mais exigência por parte dos compradores.

O feijão carioca nota 9 (de mais qualidade) teve alta em diversas praças. No leste goiano, a valorização foi de 6,7%, com a saca a R$205,65. No noroeste de Minas, os preços subiram 4,3%. No Centro/Noroeste de Goiás, a alta foi de 1,4%. Em Itapeva (SP), houve aumento de 2,01%, com a saca a R$226,33. Já no Sul/Sudoeste de Minas, foi registrada queda de 1,8%.

Entre os grãos comerciais (notas 8 e 8,5), também houve valorização pontual, especialmente para os lotes novos. No Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, os preços subiram 7% (R$174,44/sc), e no Noroeste de Minas, 3,3%.

Em Sorriso (MT), os lotes armazenados em câmaras frias valorizaram 3,8%. Em contrapartida, no Paraná, houve queda de 4,04% em Curitiba (R$147,08/sc), enquanto a metade sul do Paraná teve leve alta de 1,1%, com a saca cotada a R$147,25.

Feijão preto

O mercado do feijão preto tipo 1 manteve-se relativamente estável. No Paraná, os preços recuaram: em Curitiba (-2,67%, com a saca a R$131,10/sc) e na metade sul (-3,38%, a R$125,29/sc). Já no Nordeste do Rio Grande do Sul, houve alta de 3,33% (R$141,43/sc), e no oeste catarinense, aumento de 1,90% (R$133,90/sc).

Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, os dados de oferta e demanda exigem atenção, pois a produção estimada pela Conab é praticamente estável em relação à safra passada, com 3,16 milhões de toneladas.

Leia também

“O consumo interno também deve permanecer no mesmo patamar, enquanto as exportações, que até o primeiro semestre mostraram bom desempenho, estão projetadas para cair pela metade em comparação a 2024. Esse desequilíbrio pode levar a um cenário de excesso de oferta no mercado interno ao longo do segundo semestre, pressionando os preços, principalmente dos grãos comerciais”, explica.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.