Os clones de
Para o produtor Diego Francisco Ferreira da Silva, o cultivo de
Em 2024, a família separou um hectare de terra para desenvolver experimentos e plantar as primeiras mil mudas de cacau, em sistema consorciado com bananeiras. “O sistema se mostrava vantajoso, pois teríamos renda já nos primeiros anos e agregava valor numa cultura promissora, que ainda estava por vir”, afirma Diego. Agora, eles já estão expandindo a área cultivada com cacau para mais um hectare e esperam colher a primeira safra no início de 2026. A propriedade se tornou o Rancho do Cacau e já está desenvolvendo um projeto voltado à produção de chocolates.
“Trabalhamos por meio da agricultura familiar e o cacau se tornou algo atrativo comercialmente. Além disso, também abrimos as portas para o turismo rural. Queremos divulgar um pouco mais sobre a cultura do cacau, desenvolver experimentos e dados científicos”, reforça Diego.
Programa cacau SP
Hoje, o fruto já é cultivado em 60 propriedades em 38 municípios paulistas. Todos são apoiados pelo Programa Cacau SP, como explica Fernando Miqueletti, diretor da CATI Rio Preto. As regionais da CATI que possuem propriedades em seus municípios com o cultivo são: Andradina, Araçatuba, Araraquara, Avaré, Barretos, Campinas, Catanduva, Dracena, Jales, Limeira, Marília, Mogi Mirim, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Rio Preto e Votuporanga. “Este fato mostra a crescente evolução do Programa que tem ampliado a capilaridade por boa parte do estado”, destaca Fernando.
Fioravante Stucchi Neto, assistente agropecuário da CATI, explica que o cacau inicia sua produção com três anos de idade e vai aumentando de acordo com sua maturidade, atingida entre três e cinco anos. “Em áreas de plantio experimental, já conseguimos colher de dois a três mil quilos da fruta por hectare, superando a média nacional de 350 quilos por hectare”, aponta Fioravante. Ele lembra ainda que a região de Rio Preto já cultiva o cacau desde 2012, integrado à seringueira.
Em parceria com o ITAL, a CATI capacita os produtores no pós-colheita e para o processamento das amêndoas. Trabalho que permite o preparo do chocolate, bem como outros produtos como farinhas, chás e achocolatados. Além da venda direta para fábricas ou consumidor final, Fioravante ressalta que os produtores podem realizar parcerias junto aos governos municipais, para inserir os produtos na merenda escolar, por exemplo.
Para processar as amêndoas, a CATI criou uma unidade de manejo e processamento das amêndoas no município de Mendonça. O local possui descascador, torrador, moedor, entre outros equipamentos que podem ser utilizados pelos produtores. Além disso, oferecem cursos gratuitos, orientação técnica e toda assessoria sobre o cultivo de cacau. O cacau pode ser cultivado sozinho ou integrado a outras culturas como a seringueira, a banana ou sistemas agroflorestais.
Além disso, a CATI Sementes e Mudas sanou um importante gargalo na cadeia produtiva do cacau, que é a qualidade da muda. Para a cultura do cacau, é mantido um viveiro em Pederneiras, com capacidade instalada para produzir, por ano, 100 mil mudas, entre muda de estaca, de enxertia e micropropagadas. Também fornecem orientação e formação dos viveiristas para produção de mudas de cacau em São Paulo como uma extensão rural.