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Dia do Cacau: preço do fruto amazônico atingiu níveis históricos em 2024

As quedas acentuadas na produção reforçam o impacto de condições climáticas e a incidência de pragas no Brasil

No dia 26 de março é celebrado o Dia do Cacau, que destaca a importância do fruto amazônico e seu impacto na economia, pesquisa agrícola e na produção de chocolate no Brasil.

Atualmente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), desempenha um papel fundamental no incentivo à cadeia produtiva do cacau, promovendo pesquisas e desenvolvimento genético para aprimorar a produção e garantir a sustentabilidade da lavoura.

Os principais estados produtores do cacau são o Pará, a Bahia e o Espírito Santo.

Confira o preço atual do cacau:

Estado Preço (R$)Unidade
Bahia700arroba
Espírito Santo2.800saca
Pará43kg

Desafios no setor em 2024

Em 2024, o setor de cacau no Brasil enfrentou um cenário desafiador, marcado por uma significativa redução no recebimento de amêndoas e na moagem pela indústria processadora.

Durante o ano, foram recebidas 179.431 toneladas de amêndoas de cacau, uma queda de 18,5% em relação às 220.303 toneladas de 2023, segundo os dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). No quarto trimestre, a redução foi expressiva, com 54.435 toneladas recebidas, 5% abaixo das 57.353 toneladas do mesmo período do ano anterior.

Segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), os resultados foram impactados por fatores climáticos adversos e a incidência de pragas, como a vassoura-de-bruxa e a podridão-parda, que comprometeram severamente a produção nacional.

‘Infelizmente, em 2024 a produção brasileira sofreu também com os extremos climáticos, e algumas regiões tiveram muitos problemas com pragas. O Brasil ainda não produz o suficiente para atender à necessidade da indústria instalada no País e, por isso, dependemos de importação’, comentou Anna Paula Losi, presidente-executiva da AIPC.

‘Esses desafios reforçam a necessidade de políticas de suporte à produção nacional, para garantir maior resiliência e sustentabilidade ao setor’ reforça.

  • A Bahia reduziu sua produção de 136.165 toneladas (61,8% do total em 2023) para 106.481 toneladas (59,3% do total em 2024), representando uma queda de 21,8%.
  • O Pará registrou 65.654 toneladas, 11,9% a menos que as 74.504 toneladas do ano anterior, com 36,6% de participação nacional.
  • No Espírito Santo, o volume caiu 21% (de 7.558 para 5.968 toneladas), enquanto Rondônia apresentou um recuo de 30,7% (de 1.899 para 1.316 toneladas).
  • A contribuição de outros estados foi de apenas 12 toneladas em 2024.
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
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