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Pesquisadores descobrem como deixar a ração do tambaqui mais barata, eficiente e ecológica

Receita tem custo mais baixo e diminui a a excreção de compostos nitrogenados sem comprometer o crescimento do peixe

Peixe é da região amazônica e tem mordida forte

Um novo estudo descobriu como deixar a ração do peixe tambaqui mais barata sem comprometer o crescimento do animal, além de reduzir a excreção de compostos nitrogenados. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) testaram seis dietas diferentes para os animais, até chegar naquela que é mais eficiente.

A ração deve ser feita com 260 gramas por quilo de proteína digestível e 180 gramas por quilo de amido. Leonardo Takahashi, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas (FCAT-Unesp), explica como o estudo chegou a essa conclusão.

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“Nós trabalhamos com a hipótese de que o tambaqui, sendo um peixe onívoro da bacia amazônica, naturalmente exposto a frutos e sementes, teria um metabolismo capaz de aproveitar bem os carboidratos como fonte de energia. Ao confirmarmos isso, conseguimos formular uma dieta com menos proteína e mais carboidrato, sem prejuízo ao desempenho zootécnico”, detalha.

As fontes proteicas incluíram farelo de soja, farinha de peixe e glúten de milho; o amido de milho foi utilizado como principal fonte de carboidrato, e, o óleo de soja, como fonte lipídica. Foram combinados três níveis de proteína digestível (230, 260 e 290 gramas por quilograma) e dois níveis de amido (180 e 280 gramas por quilograma), totalizando seis dietas experimentais.

Benefícios de adotar a dieta desenvolvida no estudo

Gabriela Carli, primeira autora do artigo, destaca porque é tão importante baratear a ração dos peixes. “A ração representa mais de 70% do custo de produção do peixe. Reduzir esse valor sem comprometer o crescimento do animal tem impacto direto para os produtores, especialmente os de menor escala, que muitas vezes enfrentam dificuldades para adquirir ração adequada”, diz.

A excreção de amônia é uma preocupação importante na piscicultura intensiva, pois seu acúmulo pode comprometer a qualidade da água e provocar mortalidade nos viveiros. “Conseguimos reduzir a inclusão de proteína, baratear a dieta e, ao mesmo tempo, minimizar a excreção de compostos nitrogenados, como a amônia, que são tóxicos e prejudiciais tanto ao peixe quanto ao ambiente”, comenta Takahashi.

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.