O aroma do café, adormecido por décadas na região de Gouveia devido à falta de mão de obra qualificada, volta a perfumar os campos da Chapada. Conhecida como a “Terra do alho”, a cidade redescobre sua vocação para a cafeicultura com o apoio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Café+Forte), do Sistema Faemg Senar. A iniciativa é viabilizada por meio de uma parceria entre a Anglo American e a TechnoServe, com foco no desenvolvimento da cafeicultura de base familiar nas áreas de impacto da mineração.
Um dos exemplos desse resgate é a história de Edilaine Maria da Silva e José de Assis. O casal se mudou para Gouveia para atuar em outra área, mas enxergou nas terras locais o potencial para cultivar um grão que faz parte da história das exportações do agronegócio mineiro. A profissionalização veio com a chegada do técnico de campo do ATeG Fabrício Resende, que trouxe o olhar gerencial necessário para alavancar a produção. Em menos de três anos, os dois conquistaram o 1º lugar com 88,25 pontos na categoria Região - Natural, durante o 8º Cupping ATeG Café+Forte, realizado na Semana Internacional do Café (SIC).
“Somos de Manhuaçu, região produtora. Já tivemos contato com o café, mas nunca produzimos grãos especiais”, contou Edilaine. “Agora, as pessoas me param na rua e dizem: ‘É a menina do café!’ A sensação é inexplicável”, comemorou a produtora.
Com o programa, a cafeicultura volta a ganhar força em Gouveia e começa a alcançar outras famílias interessadas na atividade. “Eles são pioneiros e se tornaram inspiração e referência. Isso nos enche de orgulho”, afirmou o técnico de campo Fabrício Resende.