Ouvindo...

Café no DNA: conheça a trajetória de Ucha, reeleita pela quarta vez para a presidência da BSCA

Carmem Lúcia reafirma seu compromisso de defender uma cafeicultura cada vez mais voltada para a qualidade e a sustentabilidade

Ucha cresceu em meio às lavouras de café em Três Pontas

Ela pertence à terceira geração de uma família de cafeicultores Bem-sucedida e com uma vocação inconteste para liderar, acaba de ser reeleita para a presidência da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Esse será o quarto mandato de Carmem Lúcia Chaves de Brito, mais conhecida como Ucha. Sinal de que está fazendo um bom trabalho? Ela acredita que sim, tanto que almeja continuar ‘rezando’ pela mesma cartilha, defendendo uma cafeicultura cada vez mais voltada para a qualidade e a sustentabilidade, fortalecendo as práticas de governança e os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) dentro do setor.

Nascida no sul de Minas Gerais, em Três Pontas, ela cresceu em meio às lavouras de café. No entanto, como a maior parte das mulheres oriundas de famílias inseridas no universo do agro, ela não foi preparada para assumir os negócios da família. Tudo aconteceu “no susto” com a perda do pai, em 2007. Ucha mudou-se do Rio de Janeiro para onde havia se transferido para estudar, na juventude, para a terra natal. Lá, junto com os irmãos, decidiu ‘honrar o que seus avós e pais construíram’.

Ela estudou e fez cursos na Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Mas, para isso, se preparou muito fazendo cursos na Universidade Federal de Lavras (UFLA) e buscando parcerias com entidades e outras instituições de ensino. “Quando eu cheguei, havia poucas mulheres nesse universo. Hoje, é lindo ver como elas estão cada vez mais bem preparadas, ocupando espaços de excelência e liderança”, falou. Nesse contexto, a BSCA tem trabalhado para dar visibilidade a esse público, implementando projetos específicos para aumentar a participação das mulheres na cafeicultura brasileira. Além disso, Ucha planeja intensificar o apoio às diversas microrregiões produtoras de café no Brasil e expandir a atuação da associação para incluir os produtores de cafés robusta e conilon.

Ucha também acha importante aumentar a presença do café especial brasileiro em mercados emergentes, como a China e a Índia, e expandir o consumo interno, atraindo novas gerações, como jovens e mulheres, para o universo dos cafés especiais. A BSCA tem se tornado uma plataforma cada vez mais inclusiva e integrada, com o intuito de unir todos os setores da cadeia produtiva do café, desde os produtores até os baristas e consumidores.

Leia mais:

Prêmio revela singularidade dos cafés produzidos por mulheres no cerrado mineiro

Mulheres no café: Concurso reconhece trabalho de produtoras de Minas, Espírito Santo e Rondônia

Conheça cinco histórias inspiradoras de mulheres do agro

‘Cafezinho na Fazenda’ destaca biografias inspiradoras de homens e mulheres do café; entenda

Produção nacional precisa estar atrelada à responsabilidade socioambiental

Outra bandeira é a da responsabilidade socioambiental. Para a presidente, a produção de cafés especiais no Brasil precisa estar atrelada à essa premissa. Ela destaca que a cafeicultura brasileira é uma das mais tecnificadas do mundo, com leis trabalhistas rigorosas e um compromisso crescente com a preservação ambiental.

“Podemos nos orgulhar de termos uma produção que se destaca globalmente por combinar qualidade superior com práticas agrícolas responsáveis e isso é um diferencial no mercado internacional, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, que são os principais consumidores de café de alta qualidade”, disse.

Além disso, a rastreabilidade e a certificação do café são pontos de atenção para a BSCA. Ucha enfatiza a necessidade de encontrar soluções mais ágeis e eficientes para o processo de certificação, a fim de atender tanto grandes produtores quanto microtorrefações e nanolotes de café. A ideia é garantir que todos os cafés especiais produzidos no Brasil possam ser reconhecidos pelo selo da BSCA, assegurando qualidade e autenticidade aos consumidores.

Leia também


Participe dos canais da Itatiaia:

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.