Depois do sucesso da
Humberto admite que a bebida ainda sofre muitos preconceitos e com a pecha de ser uma bebida das classes mais baixas. Mas pondera que as ressalvas têm diminuído graças ao combate às fábricas clandestinas que não fazem uso das boas práticas de produção, oferecendo um produto de baixíssima qualidade, inclusive com teores alcoólicos acima dos permitidos por lei. “Essas que estão por aí sem rótulo, vendidas a R$ 1,00, R$ 2,50 a dose são um verdadeiro perigo para a saúde”. Outra forma de combate, na opinião dele, é a informação e o conhecimento sobre as formas de produção, que são prioridades no “Descobrindo…”
Organizadores prometem uma ‘experiência completa’
Brinde entre os participantes e um convite a expositores e consumidores no pré-lançamento do evento
Humberto conta que quando concebeu o evento pensou em oferecer uma experiência completa para os apreciadores da bebida. A programação inclui uma feira de produtores e expositores, rodadas de negócios, palestras e shows. As atrações serão distribuídas em vários pontos do Mercado:
- no primeiro piso, ficará a feira propriamente dita, com estandes dos produtores e expositores de diversas cidades mineiras;
- as palestras e bate-papo com o público ocorrerão na Cava; e
- serão 35 expositores que irão oferecer cachaças envelhecidas em diversos tipos de barris e toneis.
Mercado de Origem no bairro Olhos d'Água vai receber evento que valoriza a cachaça de alambique
Mercado está em ascensão, ainda que não viva um ‘boom’
O curador acredita que a bebida vive um bom momento no estado com o aumento do número de cachaçarias registradas, aumento do consumo e um (ainda que pequeno) crescimento nas exportações. Outro ponto positivo, na opinião dele, foi a portaria 539 de 2020 que criou regras que valorizam a produção das cachaças de alambique. “Antes dela, era proibido destacar no rótulo que se tratava de uma cachaça de alambique. Só podia estar escrito ‘cachaça’”, contou. E ainda o chamado “boom da drinkeria”, que é a mistura da cachaça com frutas e gelo, hábito que ganha cada vez mais adeptos.
Barmans vão ensinar a preparar deliciosos drinks
E, por falar nisso, no evento não faltarão oficinas de harmonização da cachaça com elementos da gastronomia. “Vamos ter uma cozinha-show e um drink-show com profissionais do ramo ensinando a fazer deliciosos drinks”, avisa o curador, lembrando que “ninguém deve exagerar no consumo, porque qualquer bebida alcoólica em excesso é maléfica para o nosso organismo”.
O curador Humberto Candeias acha que preconceito contra a cachaça ainda existe, mas tem arrefecido
Humberto é engenheiro florestal com mestrado em Manejo de Bacias Hidrográficas, formado pela Universidade Federal de Viçosa, com quase 40 anos de luta pela preservação e recuperação das florestas nativas brasileiras. Na década de 1990, de forma paralela, ele iniciou uma pequena produção de cachaça, criando as marcas Velha Aroeira e Aroeirinha. Já em sua primeira versão, a Velha Aroeira conquistou, em 1993, o 10 lugar no VIII Concurso Mineiro da Cachaça, organizado pela então AMPAQ (Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade), hoje transformada em ANPAQ, agora com abrangência Nacional.
Desde 2015, Humberto é membro da CAQ/ANPAQ, que é o grupo de análise sensorial, responsável pela avaliação e julgamento de cachaças para a obtenção do selo de qualidade ANPAQ. A partir de 2017 se tornou instrutor do SENAR, ministrando os cursos de “Trabalhador na Produção de Cachaça” e “Análise Sensorial de Cachaça”.
A gestão do evento ficará a cargo de Zely Figueiredo que já produziu shows de artistas como
Em Minas Gerais, a cachaça gera cerca de 115.000 empregos diretos ligados à produção do produto, que possui mais de 8 mil estabelecimentos produtores e gera uma renda anual de R$1,4 bilhão.
SERVIÇO:
Descobrindo a Cachaça d’Alambique
De 11 a 15 de setembro, das 10h às 22h
Local: Mercado de Origem (Rua Adriano Chaves Matos, 447, Olhos D’Água – Belo Horizonte)
Entrada franca