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‘Descobrindo a Cachaça d’Alambique’ terá foco no consumidor e em donos de bares e restaurantes

Evento programado para setembro terá 35 expositores, palestras, shows e oficinas que pretendem combater preconceito contra a bebida

Quem for ao “Descobrindo a cachaça de Alambique” vai descobrir tudo sobre o modo artesanal de produção da bebida

Depois do sucesso da Expocachaça 2024, realizada em julho, vem aí outro grande evento com foco na ‘marvada’. “Descobrindo a Cachaça d’Alambique”, organizado pela Executiva Promoções, acontecerá de 11 e 15 de setembro no Mercado de Origem, no bairro Olhos d’Àgua. O curador Humberto Candeias disse que a tentativa, dessa vez, é fazer algo ainda mais direcionado para o consumidor e também para donos de bares, restaurantes e agentes de turismo. A ideia é mostrar a diferença entre as cachaças de alambique e as industriais e as possibilidades que a bebida de boa qualidade oferece, se for bem trabalhada e apresentada. “É enorme a diferença qualitativa que o modo artesanal de fazer da cachaça de alambique, proporciona”, disse.

Humberto admite que a bebida ainda sofre muitos preconceitos e com a pecha de ser uma bebida das classes mais baixas. Mas pondera que as ressalvas têm diminuído graças ao combate às fábricas clandestinas que não fazem uso das boas práticas de produção, oferecendo um produto de baixíssima qualidade, inclusive com teores alcoólicos acima dos permitidos por lei. “Essas que estão por aí sem rótulo, vendidas a R$ 1,00, R$ 2,50 a dose são um verdadeiro perigo para a saúde”. Outra forma de combate, na opinião dele, é a informação e o conhecimento sobre as formas de produção, que são prioridades no “Descobrindo…”

Organizadores prometem uma ‘experiência completa’

Brinde entre os participantes e um convite a expositores e consumidores no pré-lançamento do evento

Humberto conta que quando concebeu o evento pensou em oferecer uma experiência completa para os apreciadores da bebida. A programação inclui uma feira de produtores e expositores, rodadas de negócios, palestras e shows. As atrações serão distribuídas em vários pontos do Mercado:

  • no primeiro piso, ficará a feira propriamente dita, com estandes dos produtores e expositores de diversas cidades mineiras;
  • as palestras e bate-papo com o público ocorrerão na Cava; e
  • serão 35 expositores que irão oferecer cachaças envelhecidas em diversos tipos de barris e toneis.

Mercado de Origem no bairro Olhos d'Água vai receber evento que valoriza a cachaça de alambique

Mercado está em ascensão, ainda que não viva um ‘boom’

O curador acredita que a bebida vive um bom momento no estado com o aumento do número de cachaçarias registradas, aumento do consumo e um (ainda que pequeno) crescimento nas exportações. Outro ponto positivo, na opinião dele, foi a portaria 539 de 2020 que criou regras que valorizam a produção das cachaças de alambique. “Antes dela, era proibido destacar no rótulo que se tratava de uma cachaça de alambique. Só podia estar escrito ‘cachaça’”, contou. E ainda o chamado “boom da drinkeria”, que é a mistura da cachaça com frutas e gelo, hábito que ganha cada vez mais adeptos.

Barmans vão ensinar a preparar deliciosos drinks

E, por falar nisso, no evento não faltarão oficinas de harmonização da cachaça com elementos da gastronomia. “Vamos ter uma cozinha-show e um drink-show com profissionais do ramo ensinando a fazer deliciosos drinks”, avisa o curador, lembrando que “ninguém deve exagerar no consumo, porque qualquer bebida alcoólica em excesso é maléfica para o nosso organismo”.

O curador Humberto Candeias acha que preconceito contra a cachaça ainda existe, mas tem arrefecido

Humberto é engenheiro florestal com mestrado em Manejo de Bacias Hidrográficas, formado pela Universidade Federal de Viçosa, com quase 40 anos de luta pela preservação e recuperação das florestas nativas brasileiras. Na década de 1990, de forma paralela, ele iniciou uma pequena produção de cachaça, criando as marcas Velha Aroeira e Aroeirinha. Já em sua primeira versão, a Velha Aroeira conquistou, em 1993, o 10 lugar no VIII Concurso Mineiro da Cachaça, organizado pela então AMPAQ (Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade), hoje transformada em ANPAQ, agora com abrangência Nacional.

Desde 2015, Humberto é membro da CAQ/ANPAQ, que é o grupo de análise sensorial, responsável pela avaliação e julgamento de cachaças para a obtenção do selo de qualidade ANPAQ. A partir de 2017 se tornou instrutor do SENAR, ministrando os cursos de “Trabalhador na Produção de Cachaça” e “Análise Sensorial de Cachaça”.

A gestão do evento ficará a cargo de Zely Figueiredo que já produziu shows de artistas como Milton Nascimento, Flávio Venturini e Lô Borges; além do espetáculo ‘O Grande Circo Místico (Balé Teatro Guaíra)’, entre outros.

Em Minas Gerais, a cachaça gera cerca de 115.000 empregos diretos ligados à produção do produto, que possui mais de 8 mil estabelecimentos produtores e gera uma renda anual de R$1,4 bilhão.

SERVIÇO:

Descobrindo a Cachaça d’Alambique
De 11 a 15 de setembro, das 10h às 22h
Local: Mercado de Origem (Rua Adriano Chaves Matos, 447, Olhos D’Água – Belo Horizonte)
Entrada franca

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.