Ouvindo...

Federação da Agricultura de Minas descarta prejuízos após anulação do leilão de arroz

Presidente da Faemg avalia que governo Lula foi precipitado

Diferença de preços em itens da cesta básica chega a 130% e arroz custa R$ 22,85 em Belo Horizonte

O cancelamento do leilão promovido pelo governo federal para importação de arroz não vai trazer impactos para o mercado brasileiro. Esta é a visão da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

O governo tinha decidido importar arroz para evitar qualquer risco de desabastecimento, após a tragédia por causa das chuvas no Rio Grande do Sul. Principal responsável pela produção do grão no país.

Nessa terça (11), o governo Federal anunciou a desistência do leilão, porque avaliou que a maioria das empresas vencedoras não tem capacidade financeira de operar um volume financeiro necessário. Com isso, 263 toneladas de arroz não vão ser importadas nesse momento. Mesmo assim, não haverá impacto nem para a mesa e nem para o bolso dos brasileiros, como destaca o presidente da Faemg Antônio de Salvo.

“A Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais não vê neste momento nenhum possível impacto com esse cancelamento do leilão. Temos arrocho suficiente para abastecer a nossa população”, garantiu Salvo, que classifica a decisão do governo como precipitada.

“Na nossa avaliação, o governo se precipitou ao propor o leilão para importar arroz. A verdade é que a colheita do arroz no Brasil não foi impactada significativamente pela tragédia que aconteceu no Sul. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Fasul), mais de 80% do arroz já estava colhido e armazenado, quando as terríveis chuvas atingiram o estado. Ao invés de tentar trazer produto de fora, governo Federal deveria ter aproveitado essa oportunidade para para o produtor brasileiro, que abastece as mesas do nosso povo com os alimentos de qualidade que são produzidos por nós produtores rurais”, criticou.

Leia também

Demissão

O cancelamento do leilão gerou o pedido de demissão do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Neri Geller, após suspeitas de conflitos de interesse. Isso porque a principal corretora do leilão pertence a um ex-assessor do secretário, quando ele era deputado, e também é sócio do filho dele.

A empresa Wisley A. de Souza, a maior arrematante individual do agora cancelado leilão de arroz importado, divulgou nota em que diz lamentar e que estão surpresos com essa decisão. A empresa afirma que já tinha sido oficiada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para apresentar documentos complementares, demonstrando capacidade técnica, operacional e financeira, o que seria feito antes do prazo.

Segundo o governo Federal, as empresas participam do Leilão representadas por corretoras em bolsas de mercadorias e cereais. Assim, são conhecidas somente após o certame. Um novo edital vai ser publicado com mudanças nos mecanismos de transparência e segurança jurídica, mas ainda não há uma data para isso.

Leia também

Vice de Zema cita ‘corrupção’ e diz que governo federal ‘corrigiu erro’ ao anular leilão de arroz

Pedido de criação de CPI para investigar compra de arroz importado já tem adesão de 112 deputados


Participe dos canais da Itatiaia:

Allãn Passos é jornalista, nascido em Mariana, formado pela UFOP em 2012. Atuou como assessor de comunicação na Prefeitura de Mariana e na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Entre 2015 e 2018 foi repórter aéreo de trânsito. Desde abril de 2018 é editor e apresentador do Jornal da Itatiaia Noite. Integrante do PodTudo, atua como repórter e apresenta os programas Chamada Geral e Plantão da Cidade nas férias e folgas dos titulares.