Não foi ‘sorte de principiante’. O vinho Sabina Syrah produzido pela Sacramentos Vinifer com uvas da Serra Canastra, acaba de reafirmar sua qualidade e diferenciais ao ser eleito, pela segunda vez, o melhor vinho tinto brasileiro. Quem escolheu? O Guia Descorchados, do crítico Patrício Tapia, que avalia vinhos de toda a América do Sul.
O rótulo está em sua terceira safra e obteve 93 pontos na publicação. A primeira eleição vencedora ocorreu em 2021, quando ele também foi eleito o melhor vinho brasileiro no Decanter Wine Awards. Em 2022, obteve 92 pontos e ficou entre os finalistas.
O premiado enólogo uruguaio Alejandro Cardozo é o responsável pela vinificação. Segundo ele, o Sabina é diferente, por seu perfil moderno e frutado, permitindo inúmeras formas de harmonização.
“É um vinho que se mantém na linha de um vinho moderno. Claro que sei que essa parece uma definição vaga. Mas estamos falando de uma bebida em que a fruta predomina sobre a madeira. Tem madeira, mas a fruta, o frescor e a acidez predominam. É um vinho fresco, em que a sensação de frio na boca é muito importante. Ele tem um nervo, uma coluna. Parece um suco ácido, em que a fruta fresca, a fruta vermelha está muito bem definida”.
Alejandro acredita que a premiação abre um novo precedente na história dos vinhos brasileiros. Em três anos de produção, vencemos em dois. Isso deve querer dizer alguma coisa. Marca características de um vinho muito especial. É precisamente uma nova opção para vinhos de inverno. O Sabina olha para outro mundo, que é mais jovem, com menos álcool. É um vinho que deve ter 12 graus, 12,5 no máximo, enquanto muitas vezes os vinhos de inverno estão em 14 graus, 15 graus, 16 graus. Ele olha um mundo mais jovem, mais leve, mais moderno e fala mais sobre o que é hoje o mundo dos vinhos”, explicou.
Na edição 2022 do guia, Tapia classificou o vinho como “um falso simples”.
Fabricação ocorre no sul do país
As uvas foram colhidas em Minas e levadas em caminhão refrigerado para o Sul onde, segundo Alejandro, chegaram, espetacularmente íntegras, frescas, como se tivessem acabado de ser colhidas. Usamos 60% de cachos inteiros. São cinco vinificações independentes que depois se juntam para formar um único vinho. Ele passou 60% por foudre de segundo uso — revela o enólogo. O desafio, agora, é aumentar ainda mais a pontuação do Sabina e seguir trabalhando em seu frescor.
Marca quer organizar e sofisticar fermentação
Ele revela ainda que a marca está com um projeto muito ambicioso, que é a divisão do vinhedo em setores. A ideia é fermentar por setores diferentes. “A Sacramento está se preparando para isso. Virão mais foudres de carvalho da Alemanha, da França, da Áustria, de várias marcas. É um investimento pesado, em que estamos justamente trabalhando o frescor, o nervo e a elegância nos vinhos. E a elegância é uma coisa muito especial em todos os lados e em todo lugar. Vale para os vinhos, vale para a vida — sentencia.
A Sacramentos Vinifer conta ainda com a consultoria de Murillo Albuquerque Regina, que implantou os vinhedos que utilizam a técnica da dupla poda (colheita de inverno). Não tenho palavras para expressar nossa gratidão a todos que direta e indiretamente contribuíram para chegarmos até aqui. Nossas realizações têm sido maiores que os nossos sonhos — disse o produtor Jorgito Donadelli.
Além do Sabina Syrah, outros vinhos da marca obtiveram altas pontuações no Guia Descorchados, edição 2024. O Sabina Sauvignon Blanc ficou com 91 pontos (entre os melhores brancos e melhores do Sudeste). O Il Dolce far Niente Nature Chenin Blanc obteve 91 pontos (Vinho Revelação); o Il Dolce far Niente Rosé, 90 pontos; o Antonella Brut Rosé 90 pontos; o Antonella Moscatel, 89 pontos; e o Antonela Brut, 88 pontos.
O Sabina Syrah 2023 e Sabina Sauvignon Blanc 2023 chegarão ao mercado em março. Os outros vinhos podem ser comprados diretamente com a vinícola pelo Whatsapp: +55 16 99997-3463 ou pela World Wine, pelo site (www.worldwine.com.br) ou lojas físicas.