Cerca de 350 médicos veterinários do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) receberam treinamento específico para atendimentos a casos de gripe aviária. O curso de atualização, com duração de quatro meses, abordou o passo a passo de atendimentos, desde o recebimento de notificações sobre alterações neurológicas, respiratórias e digestivas em aves, passando pela coleta de materiais no local da suspeita, até a análise em laboratórios. O objetivo é possibilitar a ação rápida e eficaz desses agentes estaduais.
Foco principal é o pequeno produtor
Segundo a médica veterinária do IMA e coordenadora do Programa de Sanidade Avícola de Minas Gerais, Izabella Hergot, sempre houve uma rotina de treinamentos no instituto. No entanto, a realização da capacitação de forma intensiva é essencial neste momento de alerta contra a influenza aviária.
“O grande produtor, aquele das granjas comerciais, sabe exatamente o que fazer. Estamos seguros quanto a ele, com quem temos um contato muito próximo, devido ao trabalho constante de inspeção e fiscalização do IMA. Nosso foco agora é informar o pequeno produtor, que tem aves de subsistência, ou seja, as galinhas de fundo de quintal”, explica Izabella.
Números da doença
Minas não registrou casos de influenza aviária de alta patogenicidade. Até a última quinta-feira (6/7), o Ministério da Agricultura contabiliza 61 focos da doença no país, por meio de investigações laboratoriais com resultado positivo. Eles estão concentrados nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram 60 confirmações em aves silvestres e uma em ave de subsistência. Nenhuma contaminação de ave comercial foi registrada no Brasil até o momento.
Treinamento passou por várias regiões
Para capacitar todo o quadro de veterinários do Instituto Mineiro de Agropecuária, foram realizadas oito edições das aulas, duas em Belo Horizonte e uma em cada um dos seguintes municípios: Pará de Minas, na região Metropolitana, Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Montes Claros, no Norte do Estado, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Rio Pomba, na Zona da Mata, e Machado, no Sul de Minas.
No Triângulo Mineiro, por exemplo, o treinamento contou com o apoio da Universidade Federal de Uberlândia, que cedeu um laboratório para as lições práticas. Os estudantes do curso de Medicina Veterinária da instituição de ensino superior também participaram dessa fase.
“Foi muito importante termos esses treinamentos presenciais. Tenho certeza de que nosso pessoal está mais seguro do que fazer caso tenhamos um surto de gripe aviária no estado”, completa Cleudiane.
Principais sintomas
O produtor rural deve se manter atento aos sinais de doenças em seus aviários. Alguns indícios são:
morte súbita de aves ou aumento da mortalidade em um período de 72 horas
depressão severa, apatia, diminuição ou ausência de consumo de ração e falta de coordenação motora
queda drástica na produção de ovos, que podem apresentar desuniformidades, como casca deformada e fina
Hemorragias nas pernas
inchaço na região dos olhos, da cabeça e pescoço
coloração roxo-azulada ou vermelho-escura na crista e na barbela também são observados.
Em caso suspeito, ligue para o IMA
O vírus do H5N1 pode dizimar plantéis em pouco tempo. Em caso de suspeitas, o IMA recomenda que o avicultor ou cidadão faça uma notificação pelo WhatsApp (31) 9 8598-9611, por e-mail ou compareça pessoalmente em uma das unidades do instituto.