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Procon manda recolher café com registro de ‘impurezas acima do permitido”

Vigilância Sanitária Municipal de Uberaba interditou o estabelecimento encontrado “sem condições higiênico-sanitárias”

Café contaminado: foram encontrados cascas e paus em quantidades acima do limite permitido, além da Ocratoxina ‘A’, que é comprovadamente cancerígena

O café Uber Ubá, produzido em Uberlândia, Triângulo Mineiro, está sendo recolhido das prateleiras dos supermercados por recomendação do Procon do município. A marca é investigada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suspeita de conter impurezas acima do permitido, o que torna o produto impróprio para o consumo.

O produto é embalado e distribuído pela Indústria e Comércio de Café Uberaba EIRELI, mas aqueles que tiverem a inscrição no rótulo “embalagem e distribuição por Reyna Produtos Alimentícios LTDA” também devem ser recolhidos.

Laudo comprova presença de Ocratoxina

A justificativa da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor de Uberlândia é a existência de Investigação Preliminar por parte da 8ª Promotoria de Justiça do MPMG em Uberaba para “apuração de possível comercialização de café com a presença de cascas e paus em quantidades acima do limite permitido, como a presença de Ocratoxina ‘A’, que é comprovadamente cancerígena, conforme já comprovado pelo Laudo de Análise 2991.1P.0/2022".

A promotoria já autuou a empresa responsável pela marca de café após visita da Vigilância Sanitária Municipal de Uberaba ao estabelecimento de produção.

A Vigilância Sanitária Municipal de Uberaba interditou o estabelecimento flagrado “sem condições higiênico sanitárias e com indícios de não adoção de boas práticas e outros controles previstos”.

‘Sujeiras’ não são normais

O coordenador de culturas da Emater-MG, Sérgio Brás, explica que o café comum pode conter grãos verdes, deteriorados, pedras, paus, cascas de café e até pequenos insetos. Mas isso não é normal e os órgãos fiscalizadores têm parâmetros para avaliar os limites toleráveis. Segundo ele, alguns fabricantes pode até fazer uma torra mais severa para esconder esses ‘defeitos’. “O resultado é que acaba se tornando um alimento pirogênico com elementos tóxicos como o carvão, o que não é bom para a saúde”, disse Sérgio.

Por isso, cada vez mais pessoas estão preferindo os cafés especiais que, de uma forma geral, são feitos com mais cuidado, torras mais suaves e uma doçura natural.

Dica do Especialista

No entanto, há bons cafés comuns no mercado. A dica de Sérgio Brás para escolher é: “Desconfie daqueles muito escuros, extra-fortes e muito baratos”.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.