Uma casa de 300 metros quadrados, com direito a muito espaço e um quintal dos sonhos. Parece perfeito, certo? Mas uma família na Finlândia resolveu ir na contramão do “quanto maior, melhor” quando o assunto são os quartos dos filhos. O objetivo? Estimular a convivência e evitar o isolamento social.
Xinying Lin, que mora em Espoo, na costa sul da Finlândia, sempre sonhou com uma casa cheia de luz e privacidade. Há três anos, encontrou o terreno ideal e, junto com o arquiteto Sini Koivisto, começou a tirar o projeto do papel.
Espoo, aliás, é um lar para uma comunidade chinesa bem expressiva. Mais de 4 mil pessoas na cidade falam chinês, mostrando a multiculturalidade do local. E é interessante notar que, na região metropolitana de Helsinque, asiáticos tendem a ser proprietários de suas casas com mais frequência e demonstram um entusiasmo especial por construções sob medida.
O foco nos espaços comuns
A casa da família Lin tem impressionantes 300 metros quadrados, mas o que chama a atenção é a prioridade dada aos espaços comuns. A mãe Xinying Lin queria que esses ambientes promovessem a interação, especialmente entre seus filhos. A ideia é simples: que as crianças prefiram passar o tempo na sala, brincando e conversando, em vez de se isolarem em seus quartos.
“Seria muito melhor se as crianças preferissem estar confortáveis no espaço comum do que deitadas em seus quartos”, argumentou Lin. Foi por isso que os quartos das crianças foram projetados para serem menores que o restante da casa. Uma escolha intencional para fortalecer a união familiar e incentivar o compartilhamento de momentos, contribuindo para uma melhor saúde mental desde cedo.
Redes sociais e o desafio do isolamento
Essa decisão da família Lin ecoa uma preocupação crescente em todo o mundo: o impacto do uso excessivo de redes sociais no bem-estar de crianças e adolescentes. Estudos já alertaram para como esse hábito pode favorecer o isolamento.
Um relatório da Universidade Pompeu Fabra e da Universitat Oberta de Catalunya, por exemplo, revelou que um em cada cinco jovens passa mais de duas horas por dia no TikTok. Essa prática está associada a problemas de autoestima, estresse psicológico e, em casos mais graves, até mesmo pensamentos suicidas.
No Brasil, o psicólogo Antonio Rial já alertou ao jornal El País que mais de um milhão e meio de jovens entre 12 e 18 anos apresentam sinais de risco ou problemas emocionais ligados à solidão. A família Lin, com seu projeto arquitetônico, busca justamente evitar que seus filhos passem por isso.
Minimalismo escandinavo: funcionalidade e bem-estar
Segundo o arquiteto Koivisto, essas construções na Finlândia seguem o estilo escandinavo: moderno e minimalista. A futura casa dos Lin é um exemplo claro dessa tendência, com um design que une funcionalidade e estética. O interior conta com superfícies de madeira e pisos de concreto polido, que além de bonitos, são fáceis de limpar – unindo o útil ao agradável.
A filosofia do design escandinavo, onde “menos é mais”, busca criar espaços luminosos e acolhedores, aproveitando ao máximo a luz natural e eliminando o supérfluo. Essa abordagem não só preza pela simplicidade e praticidade, mas também cria um ambiente sereno e relaxante, algo muito valorizado em países com invernos rigorosos e poucas horas de sol.
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