Dormir com a televisão ligada é um costume comum em muitas casas. Para algumas pessoas, o som do aparelho serve como companhia ou ajuda a relaxar. No entanto, a ciência tem mostrado que esse hábito pode atrapalhar, e muito, a qualidade do sono e a saúde em geral.
De acordo com um estudo da Northwestern University Feinberg School of Medicine, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a exposição contínua à luz e ao som da TV durante o sono interfere nos processos naturais do corpo. Enquanto dormimos, o organismo regula funções essenciais como a pressão arterial, os batimentos cardíacos e a atividade dos vasos sanguíneos. A presença de estímulos luminosos e sonoros pode interromper esse equilíbrio, provocando estresse no sistema cardiovascular.
O impacto pode ir além de uma noite mal dormida: há risco aumentado de hipertensão, doenças cardíacas e até AVCs.
A luz artificial e o sono superficial
A interferência no sono não vem só da televisão. Luzes fracas, como abajures ou lâmpadas de corredor, também podem afetar o descanso. Segundo María José Martínez Madrid, da Sociedade Espanhola do Sono, qualquer tipo de luz artificial impacta o sistema circadiano, o “relógio biológico” que regula os ritmos do corpo, incluindo o sono.
O cérebro interpreta essa luz como se fosse dia, o que reduz a produção de melatonina, hormônio responsável por induzir o sono profundo e contínuo. Sem melatonina, o sono se torna leve, fragmentado e cheio de interrupções.
Até ações rápidas, como acender a luz para ir ao banheiro, podem interferir. Se a luz fica acesa por cinco ou dez minutos,por exemplo, a melatonina é eliminada completamente do corpo. Isso fragmenta o sono e dificulta voltar a dormir.
Como dormir melhor?
Para quem tem dificuldade de dormir sem algum som ambiente, especialistas recomendam alternativas mais suaves, como ruídos brancos ou sons relaxantes. E o ideal é manter o quarto totalmente escuro, com aparelhos eletrônicos desligados, para garantir um descanso profundo e reparador.