O trabalho analisou cinco fatores de risco cardiovascular ligados à síndrome metabólica: circunferência abdominal, triglicerídeos altos, colesterol HDL (bom) baixo, pressão alta e glicemia elevada. Para melhorar esses indicadores, a análise diz que uma pessoa pode obter melhores resultados apenas fazendo um volume maior de exercícios, mas é melhor ainda fazer um volume maior e uma intensidade maior em combinação, explica o autor principal, o pesquisador Elroy Aguiar. "É a combinação de quantidade e qualidade que dá o melhor benefício”.
Em outras palavras, inserir momentos de caminhada mais rápida no dia pode trazer ganhos importantes. “Acumular um alto volume de caminhada ao longo do dia e depois focar em pelo menos 30 minutos de caminhada acelerada ou corrida leve seria uma forma de reduzir seus índices de risco”, diz o especialista.
A boa notícia é que nem é preciso treinos pesados. “Uma das descobertas mais interessantes do nosso artigo foi que, se você observar o minuto mais intenso de atividade de cada pessoa ao longo do dia, isso já era um sinal muito forte para saber se ela tinha um ou mais dos fatores de risco da síndrome metabólica”, afirma Aguiar. “Até mesmo um minuto de atividade de alta intensidade pode ser benéfico”.
Na prática, a ideia é manter a maioria dos passos no ritmo normal e, em algum momento do dia, tentar uma caminhada acelerada.
Além de peso e gordura abdominal, pressão e glicemia também podem melhorar. “Ir dar uma volta em ritmo mais rápido do que o habitual reduz a pressão arterial por até 24 horas após o exercício”, explica Elroy Aguiar. “Um trote leve também pode baixar a glicose no sangue por até 48 horas”.
As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) servem de referência: adultos devem acumular por semana 150 minutos de atividade moderada, 75 minutos de atividade intensa ou uma combinação das duas. “O novo recado da OMS diz que todo movimento conta”, lembra o cientista. “Se isso significa caminhar um pouco mais rápido até o carro ou a estação de trem, só para elevar a frequência cardíaca por alguns minutos, já vale como exercício”.
“Todos nós caminhamos, de alguma forma. Do escritório ao banheiro, até a cafeteria local. Se você conseguir focar em andar um pouco mais rápido do que normalmente, isso já será benéfico para muitos desses fatores de risco, especialmente para a glicose no sangue e a pressão arterial”, reforça o cientista.