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Câncer de cabeça e pescoço: quais são os sinais de alerta e como prevenir

Apesar de pouco conhecido, tipo de câncer associado ao HPV e ao tabagismo tem incidência crescente e pode ser combatido com prevenção e diagnóstico precoce

Imagem ilustrativa

Todos os anos, em 27 de julho, instituições de saúde e especialistas aproveitam o Dia Mundial de Conscientização sobre o Câncer de Cabeça e Pescoço para alertar sobre essa doença, cuja incidência aumenta globalmente, e ainda é pouco discutida pela população.

Segundo o médico Marcelo Figari, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e reitor honorário do Hospital Italiano de Buenos Aires, “o câncer de cabeça e pescoço representa um dos diagnósticos oncológicos mais frequentes no mundo. A informação precisa pode fazer uma grande diferença no tratamento oportuno”.

Ele explicou ao site de notícias Infobae que fatores de risco incluem o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e, mais recentemente, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que passou a ter grande impacto principalmente entre os jovens. “O tabaco, em todas as suas formas, é um dos principais fatores de risco junto com o álcool”, ressalta Figari.

Esses tumores podem afetar áreas como cavidade oral, faringe, laringe, glândulas salivares, nariz e seios paranasais. Embora mais comuns em adultos, casos pediátricos também ocorrem, principalmente envolvendo a tireoide.

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O diagnóstico precoce é crucial. “A detecção precoce pode marcar uma enorme diferença na evolução da doença e na qualidade de vida do paciente”, afirma o cirurgião Juan Manuel Fernández Vila, chefe de cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital Alemão, também da capital argentina. Ele destaca que sintomas como alteração na voz, dificuldade para engolir, feridas que não cicatrizam, sangramentos e caroços persistentes devem ser levados a sério.

A prevenção, segundo os especialistas, inclui a vacinação contra o HPV, hábitos saudáveis, higiene bucal adequada e proteção solar. “Em um altíssimo percentual de casos, pode-se prevenir evitando o tabaco, o álcool e a contaminação, vacinando-se contra o vírus do papiloma humano, cuidando da saúde bucal e protegendo-se da exposição prolongada ao sol”, reforça Figari.

Para os pacientes diagnosticados, o tratamento envolve equipes multidisciplinares e tecnologia avançada, como cirurgia robótica e microcirurgia reconstrutiva. “A atenção multidisciplinar é essencial para brindar um tratamento integral e humanizado”, pontua Fernández Vila.

Além do tratamento médico, a reabilitação fonoaudiológica e fisioterapêutica é fundamental para a recuperação funcional e a reintegração social dos pacientes.

Por fim, os médicos também trabalham para desfazer mitos sobre a doença. Entre os esclarecimentos, Figari aponta que não é verdade que o câncer de cabeça e pescoço afete apenas adultos ou que não existam tratamentos. “Pode prevenir-se” e “há múltiplas alternativas de alta complexidade”, garante.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.