O Brasil está entre os países que mais sofrem com ansiedade, no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país chegou a liderar o ranking de nações com mais ansiosos, em 2023.
Segundo um relatório feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 970 milhões de pessoas, 11% da população mundial, sofrem de algum transtorno mental, 280 milhões com depressão e 301 milhões com ansiedade.
Segundo o Ministério da Previdência Social, casos de afastamento do ambiente de trabalho por conta da ansiedade têm aumentado em todo o país, de janeiro a setembro deste ano, são mais de 103.760 trabalhadores que tiveram que pausar as atividades temporariamente.
Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Leandro Souza de Pinho, vários fatores têm contribuído para essa realidade, principalmente a pandemia e a exposição na internet. “É um conjunto de fatores, obviamente, que não são isolados, mas que devem ser olhados com cuidado e atenção pelas pessoas, pelas organizações, iniciativa pública e privada. Obviamente que, após a pandemia, essa questão ligada à saúde mental ficou mais alarmada pelo excesso de exposição às pessoas ficarem em casa, tiveram crises e ansiedades mais frequentes. E, após isso, esse investimento, essa atenção ficou clara com todos, necessariamente não tratada, mas evidenciada. Outro item importante é essa hiperexposição às realidades, à internet, à tecnologia. Hoje nós somos seres híbridos e que estamos numa avalanche de conteúdos e de informação que nem sempre nos traz mais paz, mas nos traz mais ansiedade. Esse volume de informação e de tratativas e de comparações tem gerado cada vez mais ansiedade na população geral”, detalha.
O especialista destaca que para mudar o cenário as empresas precisam fazer investimentos para diagnosticar precocemente a situação. “Para mudar esse cenário, as empresas precisam detectar o quanto antes o problema e buscar alternativas para evitar novos casos. As organizações também devem formar e treinar as pessoas e habilitá-las a ter essa percepção que isso pode fazer mal. E, por fim, o investimento em saúde mental. As empresas, a sociedade, quanto mais investem nesse cuidado com as pessoas, mais possibilidade de redução de afastamentos, de melhoria nesses índices que realmente nos assustam. Passar do quinto lugar para o terceiro, no terceiro ano, nível de afastamento é algo em que todos nós devemos agir e agir em conjunto”, conclui Leandro Souza de Pinho, residente da Associação Brasileira de Recursos Humanos.