A síndrome de abstinência por antidepressivos é um dos efeitos em pacientes que interrompem abruptamente o uso de medicamentos. De acordo com o psiquiatra Guilherme Loss, o problema é mais recorrente em pessoas em tratamento por um período mais longo.
A abstinência pode surgir entre 24 e 72 horas após a interrupção do tratamento. “Os sintomas podem variar a intensidade e a duração, dependendo do tipo de antidepressivo, da dose, do tempo, da adaptação do organismo e da resposta individual de cada organismo. Geralmente, esses sintomas incluem tontura, náuseas, vômito, dores de cabeça, fadiga e irritabilidade. Você pode ter um rebote de ansiedade, uma piora do quadro depressivo, pode ter insônia, sensações de disestesia , que é como se fossem choques elétricos e, em alguns casos, pode ocorrer suor e até mal-estar geral”, explicou o médico, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista no tratamento de depressão e outras doenças, como TDAH e síndrome do pânico.
Para tratar a síndrome de abstinência, a recomendação é procurar um psiquiatra e retomar o uso da medicação. Loss alerta ainda que a interrupção repentina pode pior o quadro do paciente.
“É importante que as pessoas entendam que essa interrupção tem que ser feita com orientação médica, uma retirada gradual. Alguns medicamentos que têm sintomas de abstinência mais importante são venlafaxina, paroxetina, duloxetina e, de alguma forma também, o citalopram e escitalopram”, exemplifica o psiquiatra.
“Remédio que tem duração mais longa, como fluoxetina, tendem a ter menos sintomas de abstinência, porque o organismo vai eliminando mais lentamente. Mas é muito importante que isso seja feito com orientação médica, até porque os pacientes confundem os sintomas de abstinência com uma piora do quadro. Eles acham que não estão bons ainda, porque pararam de maneira inadequada. Quando para de maneira orientada, o quadro não tem recaída e a pessoa exercita aquela autoconfiança de que vai ficar bem sem a medicação mesmo”, diz Loss, que ressalta:
“Os antidepressivos não causam dependência. Esses sintomas de abstinência é como se fossem resultado da perda do suporte”.