Dra. Camila Aramuni: Perimenopausa e menopausa o corpo pede cuidados

Alimentação, hormônios e estratégias para mais qualidade de vida

Dra. Camila Aramuni Perimenopausa e menopausa o corpo pede cuidados

A perimenopausa e a menopausa representam uma transição profunda na vida da mulher, marcada por mudanças hormonais que afetam o corpo, a mente e a qualidade de vida. Embora seja um processo natural, ele costuma vir acompanhado de dúvidas, desconfortos e inseguranças, especialmente porque ainda existe pouca informação clara e acessível sobre o tema. “Essas fases não começam de repente e nem são iguais para todas as mulheres, cada organismo responde de forma diferente às alterações hormonais”, explica a Dra. Camila Aramuni.

A perimenopausa, também chamada de transição menopausal, pode se iniciar vários anos antes da última menstruação. Em geral, esse período começa entre os 40 e 45 anos, mas pode variar bastante. A principal característica dessa fase é a redução gradual da produção de estrogênio e progesterona, hormônios fundamentais para o equilíbrio do organismo feminino. Como consequência, os ciclos menstruais passam a ficar irregulares e os primeiros sintomas começam a surgir.

Sintomas que vão além do ciclo menstrual

Muitas mulheres associam a perimenopausa apenas à irregularidade menstrual, mas as mudanças vão muito além disso. Alterações de humor costumam ser os primeiros sinais percebidos, incluindo ansiedade, irritabilidade e episódios depressivos. Aos poucos, surgem também ondas de calor, especialmente à noite, dificuldade para dormir, cansaço persistente e sensação de queda de energia ao longo do dia.

O ganho de peso é outra queixa frequente, mesmo entre mulheres que mantêm hábitos semelhantes aos de fases anteriores da vida. Além disso, o ressecamento vaginal e a redução da libido podem impactar a autoestima e os relacionamentos. Esses sintomas não devem ser normalizados ou ignorados, já que fazem parte de um conjunto de alterações fisiológicas que merecem atenção e cuidado.

Impactos na massa muscular e óssea

Durante a perimenopausa, o corpo feminino começa a apresentar uma redução progressiva na síntese de massa muscular e óssea. Esse processo se intensifica com a queda do estrogênio, hormônio que exerce papel importante na manutenção dessas estruturas. Por isso, a atenção à alimentação e ao estilo de vida se torna ainda mais relevante nessa fase.

A perda de massa muscular pode começar a partir dos 40 anos, com uma redução média de cerca de 1% ao ano. Após a menopausa, esse percentual pode chegar a 2% ao ano, o que impacta diretamente a força, o metabolismo e a autonomia ao longo do envelhecimento. A redução da densidade óssea também se acelera, aumentando o risco de osteopenia e osteoporose.

Nutrição como aliada nesse período

O cuidado nutricional assume papel central durante a perimenopausa e a menopausa. Ajustar a ingestão de proteínas é uma das estratégias mais importantes para preservar a massa muscular e sustentar o metabolismo. Além disso, nutrientes como cálcio e vitamina K contribuem para a saúde óssea, enquanto uma alimentação equilibrada auxilia no controle do estresse oxidativo e na melhora da cognição.

Nesse contexto, a suplementação pode ser uma ferramenta complementar, desde que bem indicada. Substâncias como a CoQ10 ajudam na geração de energia celular e oferecem suporte cardiovascular e cerebral. Já a vitamina D associada à vitamina K atua diretamente na manutenção da densidade óssea, especialmente em um momento em que a proteção hormonal natural diminui.

Energia, sono e qualidade de vida

As alterações hormonais também afetam o sono e a disposição. Muitas mulheres relatam insônia ou despertares frequentes durante a noite, o que impacta diretamente o humor, a concentração e a produtividade. A combinação entre ajustes alimentares, suplementação adequada e estratégias para melhorar a rotina do sono pode fazer grande diferença nesse período.

“Quando a mulher entende o que está acontecendo com o próprio corpo, ela deixa de se culpar e passa a cuidar de forma mais estratégica da saúde”, afirma a Dra. Camila Aramuni. Esse entendimento permite decisões mais conscientes e reduz a sensação de perda de controle que muitas relatam ao atravessar essa fase.

Quando a menopausa é oficialmente diagnosticada

A menopausa é confirmada após 12 meses consecutivos sem menstruação. Em geral, ocorre entre os 45 e 55 anos, com média em torno dos 51 anos. Nesse momento, a produção de estrogênio e progesterona cai de forma significativa, e os ovários deixam de liberar óvulos, marcando o fim da capacidade reprodutiva.

Além dos sintomas já presentes na perimenopausa, a menopausa está associada a um aumento do risco cardiovascular. A queda do estrogênio influencia o metabolismo lipídico, a saúde dos vasos sanguíneos e a resposta inflamatória do organismo. Por isso, o acompanhamento médico se torna ainda mais importante, não apenas para alívio de sintomas, mas também para prevenção de doenças.

Reposição hormonal e critérios de segurança

A reposição hormonal pode ser uma ferramenta importante para algumas mulheres durante a menopausa, desde que seja bem indicada, personalizada e monitorada. Os hormônios bioidênticos possuem estrutura molecular idêntica à dos hormônios produzidos naturalmente pelo corpo feminino, principalmente o estradiol e a progesterona.

Esse tipo de abordagem não deve ser encarado como algo estético ou padronizado. O objetivo é melhorar a qualidade de vida, reduzir riscos associados à deficiência hormonal e preservar a saúde a longo prazo. Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando histórico clínico, exames e necessidades específicas.

Informação como parte do cuidado

Perimenopausa e menopausa não são sinônimo de perda, mas de transição. Quando bem compreendidas, essas fases podem ser atravessadas com mais equilíbrio, autonomia e bem-estar. “Não se trata de combater o tempo, mas de cuidar do corpo com consciência e estratégia para viver melhor”, resume a Dra. Camila Aramuni.

Com informação de qualidade, acompanhamento adequado e escolhas alinhadas às necessidades do corpo, é possível transformar esse período em uma fase de mais autoconhecimento, saúde e qualidade de vida.

📎 LinkedIn: por Lucas Machado
📎 Instagram: por Lucas Machado

Leia também

Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia e na CNN Brasil.

Ouvindo...