Paridade de gênero: panorama preocupante e urgente
A pesquisa Panorama Mulheres 2025, do Talenses Group com o Insper, revela que apenas 17,4% das presidências das maiores empresas do Brasil têm mulheres, com base no levantamento de 224 empresas do universo de 310 avaliadas.
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Ritmo lento e projeção alarmante
Se essa evolução continuar no ritmo atual, a paridade de gênero na
Barreiras históricas refletem desigualdade atual
Conforme explica Carla Fava, diretora do Talenses, homens chegaram lá com mais facilidade porque tiveram acesso privilegiado a redes de poder. Estruturas corporativas ainda tendem a favorecer esse grupo.
Queda nas vice-presidências eleva desigualdade
Apenas 17% das empresas no Brasil têm mulheres na liderança, diz pesquisa
A presença de mulheres caindo de 34% (2022) para 20% nas vice-presidências mostra como a desigualdade se agrava à medida que subimos na hierarquia.
Diretorias melhoram, mas ainda estão longe do ideal
As mulheres subiram de 26% para 30% nas diretorias, mas 58,9% das empresas ainda não têm vice-presidência feminina e 32,5% não contam com diretoras.
Conselhos de administração com pouca representatividade
Apenas 17,1% das cadeiras nos conselhos são ocupadas por mulheres. Em 57,4% das empresas, a composição segue totalmente masculina.
Cenário ESG e promessas ainda não cumpridas
Mesmo organizações com metas ESG apresentam baixa representatividade feminina nos cargos mais altos. Mais da metade ainda não tem nenhuma mulher em vice-presidência ou conselhos estatutários.
Empreendedorismo cresce entre mulheres
Diante desse panorama, muitas mulheres escolhem abrir o próprio negócio. Assim, aumentam autonomia, quebram barreiras como o teto de vidro e conciliam trabalho com vida pessoal.
Mulheres no comando de negócios menores
Dentre as líderes, 36% tocaram empresas com até 200 colaboradores, enquanto 40% dos homens estão à frente de grandes empresas com mais de mil funcionários.
Falta diversidade racial nas lideranças
Dados mostram que aproximadamente 90% das lideranças — tanto masculinas, quanto femininas — são brancas. Mulheres negras, indígenas e amarelas permanecem praticamente ausentes.
Práticas institucionais ainda tímidas
Apenas 54,2% das empresas têm estratégias ESG, 38,7% assumem compromissos públicos e só 24,5% reúnem os três pilares (ESG + compromisso público + planos). Ações comuns incluem recrutamento responsável, treinamentos, canais de denúncia e flexibilidade na jornada.
Empresas com mulheres no comando adotam mais ações
80% das empresas lideradas por mulheres têm planos ativos de equidade, contra 60,7% das lideradas por homens. Ainda assim, a adoção de políticas ESG é similar nos dois grupos.
Regulamentação avança, mas empresas precisam ir além
A B3 e a CVM exigem que até 2026 todo conselho ou diretoria estatutária inclua ao menos uma mulher e um representante de grupo sub-representado. No entanto, Carla alerta que essas exigências derrubam teto, mas sem metas firmes e engajamento real, a transformação será só formal.