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Apenas 17% das empresas no Brasil têm mulheres na liderança, diz pesquisa

Só 17,4% das lideranças empresariais no Brasil são femininas; rumo à igualdade só em 160 anos, alerta pesquisa.

Apenas 17% das empresas no Brasil têm mulheres na liderança, diz pesquisa

Paridade de gênero: panorama preocupante e urgente

A pesquisa Panorama Mulheres 2025, do Talenses Group com o Insper, revela que apenas 17,4% das presidências das maiores empresas do Brasil têm mulheres, com base no levantamento de 224 empresas do universo de 310 avaliadas.

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Ritmo lento e projeção alarmante

Se essa evolução continuar no ritmo atual, a paridade de gênero na liderança só será atingida daqui a cerca de 160 anos, mostra o estudo.

Barreiras históricas refletem desigualdade atual

Conforme explica Carla Fava, diretora do Talenses, homens chegaram lá com mais facilidade porque tiveram acesso privilegiado a redes de poder. Estruturas corporativas ainda tendem a favorecer esse grupo.

Queda nas vice-presidências eleva desigualdade

Apenas 17% das empresas no Brasil têm mulheres na liderança, diz pesquisa

A presença de mulheres caindo de 34% (2022) para 20% nas vice-presidências mostra como a desigualdade se agrava à medida que subimos na hierarquia.

Diretorias melhoram, mas ainda estão longe do ideal

As mulheres subiram de 26% para 30% nas diretorias, mas 58,9% das empresas ainda não têm vice-presidência feminina e 32,5% não contam com diretoras.

Conselhos de administração com pouca representatividade

Apenas 17,1% das cadeiras nos conselhos são ocupadas por mulheres. Em 57,4% das empresas, a composição segue totalmente masculina.

Cenário ESG e promessas ainda não cumpridas

Mesmo organizações com metas ESG apresentam baixa representatividade feminina nos cargos mais altos. Mais da metade ainda não tem nenhuma mulher em vice-presidência ou conselhos estatutários.

Empreendedorismo cresce entre mulheres

Diante desse panorama, muitas mulheres escolhem abrir o próprio negócio. Assim, aumentam autonomia, quebram barreiras como o teto de vidro e conciliam trabalho com vida pessoal.

Mulheres no comando de negócios menores

Dentre as líderes, 36% tocaram empresas com até 200 colaboradores, enquanto 40% dos homens estão à frente de grandes empresas com mais de mil funcionários.

Falta diversidade racial nas lideranças

Dados mostram que aproximadamente 90% das lideranças — tanto masculinas, quanto femininas — são brancas. Mulheres negras, indígenas e amarelas permanecem praticamente ausentes.

Práticas institucionais ainda tímidas

Apenas 54,2% das empresas têm estratégias ESG, 38,7% assumem compromissos públicos e só 24,5% reúnem os três pilares (ESG + compromisso público + planos). Ações comuns incluem recrutamento responsável, treinamentos, canais de denúncia e flexibilidade na jornada.

Empresas com mulheres no comando adotam mais ações

80% das empresas lideradas por mulheres têm planos ativos de equidade, contra 60,7% das lideradas por homens. Ainda assim, a adoção de políticas ESG é similar nos dois grupos.

Regulamentação avança, mas empresas precisam ir além

A B3 e a CVM exigem que até 2026 todo conselho ou diretoria estatutária inclua ao menos uma mulher e um representante de grupo sub-representado. No entanto, Carla alerta que essas exigências derrubam teto, mas sem metas firmes e engajamento real, a transformação será só formal.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Editor do Jornal Lagoa News. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia.