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Por que os eventos fitness estão cada vez mais parecidos com festivais de música


Eventos fitness agora unem música, comunidade e estilo, tornando-se experiências parecidas com festivais. Descubra por que essa tendência só cresce.

Por que os eventos fitness estão cada vez mais parecidos com festivais de música

No cenário atual do lifestyle urbano, uma nova tendência vem chamando atenção: os eventos fitness estão se transformando em experiências sensoriais que lembram, cada vez mais, festivais de música. Combinando treinos intensos, DJs renomados, ativações de marca e influenciadores, essas experiências ultrapassaram o modelo tradicional de academia e invadiram o espaço do entretenimento. Essa convergência está moldando o comportamento dos consumidores e criando novas oportunidades para o mercado.

A fusão de corpo e cultura

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Para entender essa transformação, é preciso observar como a cultura fitness deixou de ser apenas uma prática de saúde e passou a ocupar um papel simbólico na sociedade. Hoje, participar de um treino funcional ao ar livre, com uma banda ao vivo ou um DJ set exclusivo, representa mais do que suar a camisa — é uma forma de pertencimento. Ao misturar elementos da música, da moda e da arte, esses eventos se aproximam da lógica dos festivais, promovendo uma experiência estética e emocional completa.

Além disso, o apelo visual tem um peso enorme. Os participantes querem registrar seus momentos, seja fazendo um burpee ou dançando ao lado do palco. Isso alimenta redes sociais e gera engajamento espontâneo. Portanto, unir treino e show não é apenas uma jogada de marketing — é uma resposta a uma demanda real por experiências memoráveis.

A música como combustível do movimento

Por que os eventos fitness estão cada vez mais parecidos com festivais de música

É impossível ignorar o papel da música nessa equação. Enquanto os festivais tradicionais colocam o som no centro da experiência, os eventos fitness usam a música como combustível emocional. Ritmos acelerados, playlists personalizadas e até remixes exclusivos ajudam a criar o clima certo para elevar a performance dos atletas e aumentar a permanência no evento.

Além disso, a presença de DJs e bandas ao vivo confere prestígio ao encontro. Muitas vezes, os mesmos profissionais que animam grandes palcos estão presentes em arenas esportivas, transformando o espaço em algo híbrido, onde o suor encontra o som. Essa fusão amplia o público, atraindo tanto os amantes do treino quanto os apaixonados por música.

Marcas aproveitam o novo palco

Outro ponto essencial nesse processo é a entrada das grandes marcas de lifestyle, nutrição esportiva e moda fitness. Elas entenderam que o evento não é apenas um espaço de divulgação, mas sim um ambiente propício para criar conexões profundas com o público. Por isso, investem em ativações criativas, brindes personalizados, espaços instagramáveis e experiências exclusivas.

Com isso, os eventos se tornam vitrines de consumo aspiracional. Assim como nos festivais de música, o público quer viver algo único, colecionar momentos e levar lembranças — físicas e digitais. Essa dinâmica também atrai influenciadores e personal trainers com alto alcance, que ajudam a impulsionar o engajamento orgânico da ação.

Estética, comunidade e experiência

O conceito de comunidade é um dos maiores valores nos dois tipos de eventos. Em ambos, há um senso coletivo de pertencimento e um espírito colaborativo. Pessoas desconhecidas se unem por um mesmo propósito: se desafiar, se inspirar, viver intensamente. É por isso que muitas marcas usam a palavra “tribo” para se referir a seus públicos.

Além disso, há uma estética visual parecida: pulseiras de identificação, palcos iluminados, figurinos cuidadosamente escolhidos. Os participantes se vestem como se estivessem indo para um festival, com tênis estilosos, conjuntos esportivos combinando e até glitter ou acessórios. O objetivo é claro: se destacar, se expressar e registrar tudo.

Dados que explicam a tendência

Segundo levantamento recente da Nielsen Sports, eventos fitness com ativações musicais aumentaram em 37% o número de participantes entre 2019 e 2024. Além disso, uma pesquisa da consultoria MindMiners revelou que 62% dos jovens brasileiros preferem experiências a produtos. Isso explica por que esse formato de evento tem crescido tanto — ele entrega vivência, emoção e pertencimento, três pilares desejados pelo consumidor moderno.

Outro fator relevante é o crescimento do mercado de wellness, que movimentou globalmente mais de US$ 5 trilhões em 2023, segundo o Global Wellness Institute (link externo oficial). Eventos que integram saúde, música e entretenimento representam a ponta mais inovadora dessa cadeia.

Exemplo de sucesso no Brasil

Um bom exemplo nacional é o “Burn Experience”, realizado em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A proposta é simples: reunir centenas de pessoas para treinos coletivos com alta intensidade, acompanhados de DJs e experiências sensoriais. A entrada é gratuita, mas a marca patrocinadora ganha visibilidade e conversão de vendas em seus estandes e redes sociais.

Outro destaque é o evento “Workout Sunset”, promovido por academias boutique, com direito a pôr do sol, pista de dança e área gourmet com alimentação saudável. Essa fusão entre performance física e hedonismo contemporâneo torna o formato irresistível para quem busca mais do que resultados estéticos: quer também prazer.

O papel das redes sociais nesse cenário

A estética digital influencia diretamente o design desses eventos. Os organizadores pensam em cada ângulo, filtro e frame que pode ser viralizado. Isso faz com que os espaços se tornem “instagramáveis” por definição. Além disso, os vídeos de treinos com música ao fundo são altamente compartilháveis e geram FOMO — medo de ficar de fora.

Ao estimular esse tipo de compartilhamento, os eventos fitness se expandem organicamente. E como os festivais de música, eles passam a ter edições em outras cidades, viram produtos licenciáveis e criam comunidades fiéis. Assim, o impacto vai muito além da experiência presencial.

Tendência de futuro: fitness como espetáculo

Tudo indica que essa convergência entre bem-estar e entretenimento não só vai continuar, como vai se intensificar. Especialistas apontam que a próxima fase será a introdução de elementos teatrais, projeções visuais e storytelling durante os treinos — algo que já começa a aparecer em eventos internacionais, como o “Les Mills Live”.

No Brasil, a expectativa é que mais marcas invistam em circuitos de eventos próprios, com agenda anual, público segmentado e transmissão ao vivo. Dessa forma, o treino se transforma em espetáculo. E o espetáculo, em plataforma de marketing de experiência.

Oportunidade para criadores e profissionais

Treinadores, coaches e produtores de conteúdo fitness têm nesse movimento uma grande oportunidade. Ao participarem desses eventos, eles ampliam sua base de seguidores, se posicionam como autoridades e firmam parcerias comerciais. Além disso, conseguem mostrar seu trabalho de forma autêntica e imersiva.

Por isso, muitos influenciadores de saúde e bem-estar já estão priorizando eventos com esse perfil, inclusive cobrando cachês diferenciados pela presença em experiências com alto potencial de engajamento. Isso muda completamente a lógica do mercado de academias tradicionais.

No fim das contas, a pergunta “por que os eventos fitness estão cada vez mais parecidos com festivais de música?” é respondida pela própria cultura contemporânea: queremos experiências únicas, intensas e compartilháveis. O futuro do fitness não está apenas nos resultados físicos, mas naquilo que se sente, se vive e se lembra. Ao unir música, movimento e conexão, esses eventos estão moldando um novo estilo de vida — mais ativo, mais vibrante e, principalmente, mais humano.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Editor do Jornal Lagoa News. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia.