O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta segunda-feira (14) a criação de um programa de apoio emergencial para setores estratégicos de Minas Gerais que podem ser duramente afetados pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, que deve começar a valer em 1º de agosto, atinge setores como o do café, do aço e do ferrogusa - todos com forte presença no estado.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Pacheco disse que confia numa solução diplomática entre Brasil e EUA, mas alertou que, se houver danos econômicos, será preciso agir rapidamente. “Nos cabe, bancada de senadores, deputados federais de Minas Gerais, cuidarmos, junto ao governo federal, de socorrer esses setores estratégicos. Minas não pode abrir mão nesse instante de receitas. Nós temos uma dívida para pagar, temos reajuste de servidores para cumprir. E temos sido muito sacrificados nos últimos tempos”, afirmou.
O senador defendeu que, independentemente do resultado da negociação com os EUA, o governo federal e o governo mineiro identifiquem quais setores serão mais impactados e criem medidas para reduzir os prejuízos. “Era muito importante o governo do Estado, o governo federal, identificar quais são os setores atingidos e como nós podemos reduzir os impactos, sobretudo para a preservação de empregos e para a rigidez econômica desses setores que são muito importantes para Minas Gerais.”
Pacheco citou como exemplo o setor cafeeiro: “Cinquenta por cento do café do Brasil é produzido em Minas Gerais, e um terço do café do mundo é produzido no Brasil. Portanto, um sexto do café mundial é mineiro. É um ativo muito grande que nós temos. Pode, eventualmente, haver um adiamento, pode haver uma definição favorável aos dois países até o dia 1º de agosto. Isso passa por uma negociação diplomática, madura, republicana e de interesse recíproco das duas nações. E abstraindo essas questões ideológicas”, avaliou.
Segundo ele, o momento exige responsabilidade do governo brasileiro. “Nós não podemos ter déficit de receita. Ao contrário, temos que ter um plano de crescimento e desenvolvimento econômico de Minas Gerais. Isso passa por negociações políticas aqui em Brasília”, concluiu.