Autoridades do alto escalão do governo federal se reuniram no fim da tarde deste domingo (13), no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir os detalhes finais do decreto que regulamentará a Lei da Reciprocidade. A norma, aprovada pelo Congresso em abril, autoriza o Brasil a responder a medidas econômicas unilaterais adotadas por outros países.
O encontro foi convocado em caráter emergencial após o anúncio do governo dos Estados Unidos de que passará a taxar em 50% a entrada de produtos brasileiros em território norte-americano, a partir de 1º de agosto. A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump e gerou forte reação do Palácio do Planalto.
Participam da reunião o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA); a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; e a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. Outros integrantes do governo também estão presentes.
Estratégias e retaliação
O decreto deve ser publicado até a próxima terça-feira (16) e irá definir quais setores e produtos serão incluídos na retaliação brasileira, caso não haja avanço nas negociações diplomáticas com os Estados Unidos.
Apesar da firmeza na resposta, o Planalto tem reforçado que o diálogo será o primeiro caminho a ser buscado. A expectativa é de que a diplomacia possa reverter o tarifaço imposto por Trump. No entanto, fontes do governo confirmam que, se não houver recuo por parte de Washington, o Brasil aplicará medidas proporcionais às adotadas pelos norte-americanos.
A regulamentação será articulada também com o setor produtivo, especialmente com representantes do agronegócio, da indústria e de empresas exportadoras. O vice-presidente Alckmin coordenará esse processo por meio de um comitê de crise já em funcionamento.