O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa rebateu as falas do deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) com críticas à Bahia. Em uma transmissão na noite de segunda-feira (6) o parlamentar gaúcho afirmou que a população do Nordeste “não cobra seus políticos” e por isso as pessoas “sofrem com a pobreza”. Ele comparou a Bahia com o Haiti e disse que estado é “sujo”.
“Esse negócio da população do Nordeste cobrar menos dos políticos interfere bastante na política brasileira. Não se tem o compromisso de responder ao eleitor. É igual a um relacionamento, a tua mulher não se importa com o que tu faz ou se importa demais. Vejo que a população do Sul e do Sudeste se importa demais, isso é ótimo, cobram. Mas no Nordeste isso não existe, até pela pobreza. Já conheci um parlamentar que me confessou que pagou para levar gente para votar. É um mundo tão diferente, que a gente que mora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste tem dificuldade de entender o que acontece no Norte e no Nordeste. A gente teve lá na Bahia, assim, é um Haiti, não tem explicação. É uma pobreza, é tudo pichado, é sujo e é uma área turística, a gente fica imaginando onde não é. E por que é pobre? Porque tem políticos que destrói, que fazem questão que continuem pobres. Se o Brasil tivesse uma educação melhor, com renda melhor, o Lula não seria presidente”, afirmou o parlamentar durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais.
O ministro Joaquim Barbosa rebateu a fala de Marcon, também pelas redes sociais, e disse que o parlamentar não conhece a Bahia, nem a importância histórica do estado para o Brasil.
“Caro deputado Marcon: instrua-se, eduque-se, retenha essa baba ofídico-peçonhenta que emana da tua boca, seiva da violência que grassa em nosso país.. Conheça direito a Bahia, o seu peso histórico, a sua estupenda arte, as suas magníficas igrejas, a sua gigantesca e decisiva contribuição para a formação da nacionalidade brasileira”, escreveu Joaquim Barbosa.
“Deputado, reflita sobre o seguinte: há na Bahia milhares de gaúchos que foram visitar e por lá ficaram. Idem no Rio. Explique: por que existe uma certa “diáspora gaúcha” em vários Estados, sobretudo no Norte e Centro-Oeste?”, continuou o ex-ministro do STF.